
A representante do Escritório das Nações Unidas sobre Droga e Crime (UNODC) na Guiné-Bissau, Ana Cristina Andrade, alertou que o país está na zona de crescente interesse das redes do crime organizado e na rota transatlântica do tráfico de droga.
Segundo Ana Cristina Andrade que discursava em Bissau, na abertura de uma acção de formação para técnicos guineenses sobre a investigação financeira ligada ao tráfico de drogas, a criminalidade relacionada com o tráfico de drogas e dinheiro ilícito “continuam a representar ameaças à integridade das instituições” na Guiné-Bissau.
“A Guiné-Bissau, como outros estados da África Ocidental, encontra-se geograficamente situado numa rota estratégica do tráfico transatlântico de drogas, infelizmente, constituindo espaço de interesse crescente para redes de criminalidade organizada transnacional”, afirmou Ana Cristina Andrade.
As redes que actuam nestes crimes “são altamente estruturadas”, alertou, possuem “recursos significativos”, mobilizam “circuitos financeiros sofisticados” e ainda, disse, “operam com elevada mobilidade” a partir do que considera serem “fragilidades institucionais, lacunas legais e limitações operacionais” das estruturas do Estado.
Em relação ao branqueamento de capitais e circulação de dinheiro ilícito, diz a Lusa, a responsável da ONU afirmou ser necessário reforçar a investigação financeira em paralelo com a investigação criminal como forma de “desmantelar eficazmente as estruturas que sustentam essas redes”.
“Trata-se de uma abordagem que visa seguir o dinheiro do crime com o propósito de identificar os fluxos financeiros ilícitos, rastrear os activos de origem criminosa, determinar os beneficiários finais e propor medidas de congelamento, apreensão e recuperação desses bens a favor do Estado”, disse Andrade.