
O Governo dos Estados Unidos da América anunciou nesta Quinta-feira a redução das tarifas aduaneiras aplicadas aos produtos angolanos, passando de 32% para 15%, no quadro da nova estratégia comercial adoptada pela administração do Presidente Donald Trump.
De acordo com uma nota da Embaixada de Angola nos Estados Unidos de América a que a FORBES ÁFRICA LUSÓFONA teve acesso, esta medida constitui uma vitória histórica para a diplomacia económica da República de Angola e é o resultado de um processo contínuo de diálogo e cooperação entre o Executivo angolano e as autoridades norte-americanas.
A redução tarifária, assegura o Governo norte-americano, foi formalizada por meio de uma ordem executiva da Casa Branca, inserindo Angola num grupo restrito de países africanos beneficiários de um regime preferencial de tarifas moderadas.
Nos últimos meses, o Governo de Angola, por via do Ministério da Indústria e Comércio, do Ministério das Relações Exteriores e da Missão Diplomática em Washington, manteve contactos intensos com as instituições norte-americanas competentes, sob a coordenação do embaixador extraordinário e plenipotenciário, Agostinho Van-Dúnem.
“Estes esforços visaram a construção de uma plataforma de entendimento mútuo, baseada na previsibilidade e reciprocidade nas relações comerciais bilaterais. No âmbito deste processo, foi remetida uma carta oficial ao Governo dos Estados Unidos da América, assinada pelo Ministro da Indústria e Comércio, Rui Miguêns de Oliveira, reafirmando o interesse de Angola em aprofundar o diálogo económico com os EUA”, lê-se na nota.
Durante um encontro técnico recente com representantes do Governo norte-americano, a secretária de Estado para o Comércio e Serviços, Augusta Fortes, apresentou os primeiros parâmetros técnicos da oferta exportável nacional, numa acção concertada com o Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Indústria e Comércio.
“A nova tarifa representa um alívio significativo para os operadores económicos angolanos, permitindo maior competitividade dos produtos nacionais no mercado norte-americano, além de reforçar os esforços do Executivo na diversificação da base económica do país”, diz o Governo liderado por Donald Trump.
As relações comerciais entre Angola e os Estados Unidos da América, refere o documento, têm sido marcadas por uma forte cooperação, particularmente no sector energético e no âmbito do programa AGOA.
Em 2024, Angola exportou para os EUA bens avaliados em 351,8 milhões de dólares norte-americanos e importou cerca de 410,2 milhões, resultando num saldo favorável aos Estados Unidos.
Com esta medida, Angola espera reequilibrar as trocas comerciais e atrair novos investimentos, com destaque para os sectores do agro-negócio, indústria transformadora e infra-estruturas.
Esta conquista diplomática vem reafirmar que o diálogo construtivo, aliado à concertação estratégica, constitui uma via eficaz para a afirmação dos interesses de Angola no cenário internacional.