A Fundação Louis Vuitton, em Paris, apresenta até 31 de agosto de 2025 a exposição David Hockney 25, a maior retrospetiva de sempre do artista. A mostra reúne mais de 400 obras, abrangendo pintura a óleo, desenho digital e instalações em vídeo, oferecendo uma imersão profunda na trajetória artística de um dos nomes mais influentes da arte contemporânea.
David Hockney, o artista britânico, em 2025, com 87 anos. Fonte: Annely Juda Fine Art gallery, Londres.
Conhecido pelos retratos vibrantes, paisagens imersivas e experimentações com perspectiva e luz, o artista britânico tornou-se uma figura central da Pop Art e da arte contemporânea, combinando rigor técnico com uma sensibilidade única para a cor e a composição. A sua obra reflete tanto a observação detalhada da realidade quanto a liberdade da expressão pessoal, consolidando-o como um mestre cuja influência atravessa gerações e continentes.
David Hockney, A Bigger Splash (1967). Fonte: David Hockney Tate, U.K.
Curada por Norman Rosenthal, em colaboração com o próprio Hockney, a mostra ocupa integralmente o edifício projetado por Frank Gehry, no Bois de Boulogne, permitindo uma experiência visual cuidadosamente articulada. O percurso inicia-se com retratos da juventude do artista e atravessa sete décadas de produção, destacando obras icónicas como A Bigger Splash (1967), Portrait of an Artist (Pool with Two Figures) (1972) e A Bigger Grand Canyon (1998), bem como os desenhos digitais criados em iPad durante o confinamento de 2020.
David Hockney, Christopher Isherwood and Don Bachardy (1968). Fonte: Fabrice Gibert
A exposição evidencia a constante experimentação de Hockney, que explora luz, tempo, memória e paisagens com uma abordagem inovadora em cada meio artístico. Os visitantes podem observar desde os primeiros trabalhos até às criações mais recentes, num diálogo contínuo entre tradição e inovação. Instalado ao longo de quatro andares, o percurso permite uma leitura fluida da obra, complementada por instalações de vídeo que revelam o envolvimento de Hockney com cenários de óperas e a sua versatilidade como artista multimédia.
Além das obras já mencionadas, a exposição inclui peças como Berlin: A Souvenir (1962), uma pintura que captura a fragmentação emocional da cidade pós-guerra, e Mr and Mrs Clark and Percy (1970), um retrato duplo que explora a intimidade e a complexidade das relações humanas. Estas obras, juntamente com as mais recentes, como Play within a Play within a Play and Me with a Cigarette (2024–2025), exemplificam a evolução contínua do artista e o seu compromisso com a inovação e a expressão pessoal.
Desenho de David Hockney, num iPad, impresso em papel para a exposição (2020). Fonte: David Hockney. 
David Hockney 25 representa uma oportunidade única para apreciar a evolução estética e conceptual de um mestre contemporâneo. Ao celebrar a riqueza e diversidade da sua produção, a exposição oferece também uma reflexão sobre a própria história da arte contemporânea, tornando-se visita imprescindível para apreciadores de arte, colecionadores e profissionais do setor cultural.