O último dos sete maiores bancos a apresentar as contas do primeiro semestre do ano, o Crédito Agrícola, viu os lucros crescer, à semelhança dos restantes bancos.

Os lucros consolidados totalizaram 224,4 milhões de euros, com a ajuda do aumento da margem financeira (diferença entre os juros pagos nos depósitos e os juros cobrados no crédito), que se situou nos 398,9 milhões de euros, ou seja mais 19,3% do que no primeiro semestre de 2023.

Do total do lucro obtido até junho, 206,2 milhões de euros dizem respeito ao negócio bancário, cujo crescimento foi de 31,6% face a igual período de 2023, quando os lucros ascenderam a 156,6 milhões de euros.

A atividade seguradora registou 9,3 milhões, mais 15,4% face a junho de 2023 e verificou-se um prejuízo de 2,6 milhões de euros nos veículos de investimento imobiliário, entre outras parcelas.

O retorno do capital próprio (ROE) registou um comportamento positivo ao situar-se nos 17,7%. Este indicador mede a capacidade de remuneração aos acionistas.

Licínio Pina, presidente do Grupo Crédito Agrícola, refere em comunicado divulgado esta quinta-feira que o grupo “evidenciou um bom desempenho financeiro no primeiro semestre de 2024, o melhor semestre de sempre em termos de resultados, consistente com o trajeto observado nos últimos anos”.

Sublinhou ainda a rentabilidade de capitais próprios de 17,7% explicando que para esta contribuiu o resultado líquido de 224,4 milhões de euros.

Licínio Pina acredita que “não é o dinheiro que faz girar o mundo, mas sim o bem que se pode fazer com ele”, para concluir que o grupo tem “vindo a apoiar empresas e famílias a enfrentar o ambiente de incerteza”.

O crédito a clientes ascendeu a 12,11 mil milhões de euros e os depósitos de clientes a 20,88 mil milhões de euros no primeiro semestre.

O Crédito Agrícola não divulgou face ao crédito concedido e aos depósitos a variação de um semestre para o outro, mas, segundo contas do Expresso, o crescimento foi de 1,1% no crédito e de 5% nos depósitos.

As comissões líquidas caíram 4,7% face a igual semestre de 2023 para 74.596 milhões de euros.

Em comunicado o banco liderado por Licínio Pina dá nota da “diminuição das provisões e imparidades face ao período homólogo em 20,4 milhões de euros, ascendendo a um reforço de 7,5 milhões de euros no primeiro semestre de 2024, o que compara com um reforço de 28 milhões de euros no primeiro semestre de 2023".

Para o resultado pesou a “variação negativa do resultado das operações financeiras em 8 milhões de euros face a 10,6 milhões de euros registados no primeiro semestre de 2023, para 2,5 milhões de euros”.

Os custos de estrutura também pesaram já que cresceram 6% para 219,6 milhões de euros “decorrentes sobretudo do esforço do grupo com o aumento de custos com pessoal em 7,3% face ao período homólogo (+9,2 milhões de euros)”.

O rácio de eficiência melhorou de 44,5% no primeiro semestre de 2023 para 42% no primeiro semestre do corrente ano.