
A balança comercial de Moçambique com países africanos cresceu 66% nos últimos cinco anos, totalizando assim 7.100 milhões de dólares, apesar de globalmente permanecer deficitária, reconheceu o Governo moçambicano.
Segundo o secretário de Estado para o Comércio, António do Rosário Grispos que falava na abertura da conferência MozExport, na cidade de Tete, centro do país, os dados de 2024 revelam que as exportações totais com África foram de cerca de 1.592 milhões de dólares, continuando o comércio concentrado na África austral, onde Moçambique tem acesso preferencial através da Zona de Comércio Livre da SADC.
“Para o Governo, resulta algo inequívoco de que conseguimos estabelecer acordos de parcerias económicas que são uma enorme possibilidade de aumentar e diversificar a base das nossas exportações através da participação activa do engenho empreendedor do nosso sector dominado pelas Micro, Pequenas e Médias Empresas [MPME]”, disse António do Rosário Grispos.
No entanto, responsável recordou que Moçambique tem actualmente acordos de parceria multilaterais designadamente com 15 países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral – 54 Estados a nível do continente africano e com os 27 países da União Europeia, além de acordos bilaterais de comércio preferencial com o Reino Unido e a Irlanda do Norte, a Indonésia, os vizinhos Zimbabué e Maláui, e unilateral com a China e Estados Unidos da América.
“Na essência, os acordos de parceria económica permitem que a produção nacional tenha acesso a esses mercados livres de direitos aduaneiros e às vezes de quotas, o que torna mais competitiva e inclusiva a possibilidade de internacionalização da nossa produção local através de exportações”, explicou.
O secretário de Estado para o Comércio, diz a Lusa, acrescentou que a balança comercial de Moçambique com o resto do mundo, em 2024, “apesar de continuar deficitária, registou uma redução no défice em 29%”, tendo sido negativa em 1.416 milhões de dólares, com as exportações a recuarem 3% para 7.709 milhões de dólares e as importações a caírem 9%, para 9.125 milhões de dólares.