Em julho de 2025, os bancos chineses registaram uma redução de 50 mil milhões de yuan (cerca de 6,4 mil milhões de euros) no volume de novos empréstimos, a primeira queda mensal em duas décadas e a mais acentuada desde dezembro de 1999, segundo cálculos da Reuters com base nos dados do Banco Popular da China.

O resultado surpreendeu os analistas, que esperavam um crescimento de cerca de 300 mil milhões de yuan (38,6 mil milhões de euros). Em junho, os bancos tinham emitido 2,24 biliões de yuan (cerca de 288,3 mil milhões de euros) em novos empréstimos, o que torna o recuo de julho particularmente expressivo, sublinha a Reuters.

A contração reflete uma procura interna mais fraca por crédito, influenciada pela crise prolongada no setor imobiliário, pela retração do consumo e pelas incertezas nas negociações comerciais com os Estados Unidos.

«Os dados de crédito de julho foram fracos, mas a oferta monetária excedeu as expectativas, refletindo o impacto da base baixa do ano passado e os esforços de resolução da dívida», disse Xing Zhaopeng, estrategista sénior do Australia and New Zealand Banking Group Limited para a China.

Apesar do recuo nos empréstimos, segundo a análise, a liquidez da economia manteve sinais positivos. Por exemplo, o financiamento social total, que inclui formas mais amplas de crédito, aumentou 9,0%.

Segundo a Reuters, o Banco Popular da China não deverá responder com cortes agressivos nas taxas de juro ou nas reservas obrigatórias dos bancos. Deverá, sim, recorrer a incentivos e subsídios para setores específicos.