O Banco de Moçambique afirma que o sector bancário do país “mantém-se sólido, capitalizado e resiliente”, embora o risco sistémico, de perturbações no sistema, seja moderado.

No relatório de Conjuntura Económica e Perspetivas de Inflação, com data de 03 de Junho, o banco central refere que em Março de 2025, o rácio de solvabilidade da banca nacional fixou-se em 26,5%, acima do mínimo regulamentar de 12,0%, enquanto o rácio de liquidez foi de 59,5%, igualmente acima do mínimo regulamentar de 25,0%.

“O teste de esforço de solvência macroprudencial, que consiste na simulação de choques para avaliar a resiliência do setor bancário, mostrou que este setor tem reservas de capital suficientes para absorver potenciais perdas e manter-se sólido e capitalizado no médio prazo”, observa o relatório.

O Banco de Moçambique acrescenta que o risco sistémico, “que avalia o potencial efeito de contágio decorrente de perturbações no sistema bancário, é moderado”, avaliação que “reflecte a redução das taxas de juro e do nível do crédito em incumprimento no mercado, não obstante o aumento da exposição do sector bancário ao endividamento público”.

Nesse sentido, o banco central alerta que a dívida pública interna, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, cresceu para 445,9 mil milhões de meticais (6.103 milhões de euros), “o que representa um aumento de 30,3 mil milhões [414,7 milhões de euros] em relação a Dezembro de 2024”.

Dados do banco central, diz a Lusa, indicam que funcionam em Moçambique 15 bancos comerciais e 12 microbancos, além de cooperativas de crédito e organizações de poupança e crédito, entre outras.