
O Banco de Inglaterra reduziu, nesta quinta-feira, a sua taxa diretora em 25 pontos base, fixando-a em 4%, numa reunião histórica em que a votação teve de ser repetida, obrigando a um desempate algo que não acontecia desde a fundação em 1694. O resultado final ficou em cinco votos a favor da descida e quatro a favor da manutenção dos juros.
Segundo documentos divulgados pela instituição, o presidente do Banco, Andrew Bailey, convidou o Comité de Política Monetária a votar uma proposta de redução da taxa em 25 pontos base, para 4%. Quatro membros votaram a favor da proposta (Andrew Bailey, Sarah Breeden, Swati Dhingra e Dave Ramsden). Outros quatro membros (Megan Greene, Clare Lombardelli, Catherine L. Mann e Huw Pill) preferiram manter a Taxa de Juro Bancária nos 4,25%. Um membro (Alan Taylor) votou a favor de uma redução mais acentuada, de 50 pontos base, para 3,75%.
Perante este impasse, e com o objetivo de assegurar uma decisão maioritária sobre a taxa de juro de referência, o presidente voltou a convidar o Comité a votar, desta vez explicitamente, entre uma redução de 0,25 pontos percentuais (para 4%) ou a manutenção da taxa atual nos 4,25%.
Na segunda votação, os resultados foram os seguintes: cinco membros (Andrew Bailey, Sarah Breeden, Swati Dhingra, Dave Ramsden e Alan Taylor) votaram a favor da redução da taxa de juro em 25 pontos base, para 4%. Um desses membros, Alan Taylor, que inicialmente tinha defendido uma redução de 50 pontos base, votou agora pela descida de 25 pontos base, preferindo essa opção à manutenção da taxa. Quatro membros (Megan Greene, Clare Lombardelli, Catherine L. Mann e Huw Pill) votaram a favor da manutenção da taxa nos 4,25%.
Assim, o Comité decidiu, por maioria de 5 votos contra 4, reduzir a taxa de juro diretora em 25 pontos base, para 4%.
De acordo com o comunicado do Banco de Inglaterra, “a trajetória de desinflação nas pressões internas subjacentes sobre os preços e os salários tem, de um modo geral, continuado, embora em graus variados. A inflação do IPC a doze meses aumentou para 3,5% no segundo trimestre de 2025, devido à evolução dos preços da energia e dos bens alimentares.”
Segundo a mesma nota, “o crescimento dos salários continua elevado, embora tenha registado recentemente uma nova desaceleração, sendo ainda expectável que abrande significativamente ao longo do resto do ano. A inflação dos preços no consumidor no setor dos serviços tem-se mantido praticamente estável nos últimos meses”. O Banco sublinha que “permanece atento ao grau em que a flexibilização das pressões salariais se refletirá na inflação dos preços ao consumidor”.
“O momento e o ritmo das futuras reduções na restritividade da política dependerão da evolução das pressões desinflacionistas subjacentes. A política monetária não segue um caminho predefinido, e o Comité manter-se-á atento ao acumular de evidência”, conclui o Banco de Inglaterra.