
O petróleo não pode continuar a ser a chave da economia angolana, o país precisa diversificar a economia para dar resposta a todos os problemas sociais e estruturais, aponta o economista, Afonso Malaca.
“Este é o grande modo de desenvolvimento que nós precisamos ter. Nós precisamos de olhar a questão do petróleo, não marginalizar e nem colocar como o fim, mas trabalhar para tudo aquilo nós temos”, defendeu o economista angolano.
Afonso Malaca participava do painel “Avanços e Recuos – Perspectivas de Desenvolvimento Sustentável da Economia Nacional”, do Fórum Banca e Seguros 2025, onde justificou que o país tem todas as capacidades e recursos naturais para diversificar muito mais rápido a economia, mas referiu que “isto só seria possível se investirmos claramente na formação”.
Segundo Malaca, Angola tem tudo para dar certo, no entanto, precisa apostar na formação dos jovens e olhar para outros sectores que também são importantes para o crescimento da economia nacional.
“Nós temos o petróleo que já é uma base que sustenta a nossa economia e é fundamental para todos os outros passos que precisamos dar, agora precisamos de externalizar essas vantagens que temos”, disse.
O economista ressaltou ainda que Angola tem uma base económica que muitas das economias a nível do mundo gostariam de ter, mas enfatizou que os outros sectores podem contribuir muito mais para a economia do país.
Por sua vez, a especialista em bancas e seguros, Euriteca Nunes, defendeu que Angola tem boas perspectivas para um bom futuro e com grande presença no mercado pelo posicionamento que tem a nível da África Austral.
“Mas também temos grandes desafios a partir do momento em que a inflação e a taxa de câmbio são dois indicadores muito vulneráveis que afectam a nossa economia, porque ainda dependemos muito das importações”, lamentou Euriteca Nunes.
Outro desafio, indicou a especialista em bancas e seguros, são as infra-estruturas, o fornecimento de luz, energia e água.
Segundo disse, “ainda tem grandes debilidades no país. Temos também debilidades a nível de transportes e estradas. Então, nós aqui temos grandes dificuldades a nível de ambiente e negócio”.