
Fundado a 19 de janeiro de 1921, o SC Braga tem construído uma história de glória ao longo dos seus mais de 104 anos de existência. O presente escreve-se assente num crescimento a todos os títulos notável – António Salvador, presidente do clube há mais de duas décadas, tem catapultado os guerreiros do Minho para patamares que noutros tempos pareciam impossíveis de atingir -, sendo certo que na base do sucesso de um clube estão sempre, claro está, os resultados desportivos. E para que esses mesmos resultados apareçam, são necessárias, naturalmente, vitórias. No fundo, o dínamo que faz funcionar toda uma estrutura. Independentemente da sua dimensão.
Falar do SC Braga e de todo um passado histórico é também falar de Carlos Carvalhal. Não só por ser natural da cidade dos arcebispos, não só por ser um adepto confesso dos bracarenses, não só por estar já na sua terceira passagem no banco dos minhotos, mas, e acima de tudo, por ser uma figura incontornável dos guerreiros. Ainda que do passado vivam os museus, como se diz na gíria, a verdade é que Carvalhal está umbilicalmente ligado ao SC Braga. Mas tem também presente – e terá ainda, com grande dose de certeza, futuro. Ligando estes dois momentos temporais, é caso para dizer que o técnico pode construir hoje o que ficará para sempre gravado no amanhã.
Vamos, então, aos factos. Os tais que constam (e constarão) da história e que nunca ninguém conseguirá ousar apagar: Carlos Carvalhal está a apenas uma vitória de passar a ser o treinador com mais triunfos na… história do SC Braga.
Em 161 partidas ao leme dos arsenalistas, Carvalhal soma 90 triunfos, tantos quantos tem Manuel Cajuda (231 jogos). Significa isto que o duelo do próximo domingo, diante do Aves SAD, pode ser de glória eterna para o bracarense.
Recuando aos seus tempos de jogador, Carlos Carvalhal realizou toda a sua formação no clube que depois representou enquanto sénior, (também) em três ocasiões distintas: de 1983 a 1985, de 1986 a 1988 e, por fim, de 1990 a 1992. Já depois de ter enveredado pela carreira de treinador, assumiu o leme dos minhotos na época 2006/2007, repetindo a sensação de 2020 a 2022 (venceu a Taça de Portugal em 2020/2021), voltando esta temporada a casa.
Ora, juntando todos estes episódios, o homem do leme está a postos para assinar o mais glorioso capítulo do (seu) livro de honra do SC Braga. Afinal, Carlos Carvalhal está a um (pequeno) passo de tornar-se… o maior dos maiores.
E para que se possa ter uma noção ainda mais real do feito que está prestes a consumar-se, é preciso lembrar os nomes de peso que Carvalhal já deixou para trás. Porque se a última barreira a ser ultrapassada é o icónico Manuel Cajuda, antes já haviam sido superados Jesualdo Ferreira (72 triunfos), Artur Jorge (65), Abel Ferreira (63), Joseph Szabo (62), Domingos Paciência (51), Quinito (46), Fernando Caiado (43) e Vítor Manuel (42), entre outras figuras de indiscutível relevo na vida do SC Braga.
Dividindo os êxitos alcançados por Carvalhal, tudo se conjuga para que o processo seja gradual. Depois das seis vitórias alcançadas em 2006/2007 (em 13 jogos), seguiram-se mais 58 nas épocas 2020/2021 e 2021/2022 (em 104 partidas). Agora, naquela que é, então, a terceira passagem do treinador pelos bracarenses, são já 26 os triunfos somados (em 44 encontros). Contas feitas, são 90 vitórias em 161 jogos, o que perfaz uma média de 55,9 por cento - superior à do amigo Cajuda, que obteve 39 por cento.
Ainda com seis jogos por realizar até final da época, Carvalhal tem enorme margem para subir ao cume da montanha. Mas a caneta dourada já está na sua mão…
Reduto defensivo colocado à prova
Nunca os minhotos sofreram em três jogos seguidos da Liga esta época, mas o registo está em risco
Depois do triunfo com o Arouca (2-1) e da derrota frente ao Sporting (2-4), nas 10.ª e 11.ª jornadas, os arsenalistas voltaram a fechar a baliza diante do... Aves SAD (1-0), na 12.ª ronda.
Seguiram os empates com Estoril (2-2) e Famalicão (3-3), que antecederam a vitória sem espinhas com o Santa Clara (2-0). Após igual registo nas jornadas 16 e 17, frente a Casa Pia (1-2) e Benfica (2-1), veio o triunfo imaculado diante do Estrela da Amadora (1-0).
Ou seja, para a Liga, o SC Braga nunca sofreu golos em três jogos seguidos esta época. Agora, e depois de Arouca (2-1) e Sporting (1-1), os arsenalistas quererão volta à folha branca.