
O Grande Prémio da Áustria trouxe mais uma corrida amarga para Francesco Bagnaia e, desta vez, o bicampeão mundial não poupou palavras à Ducati. O italiano terminou apenas em oitavo, depois de largar da terceira posição, e mostrou-se perplexo com a falta de rendimento da sua Desmosedici GP25.
Durante a primeira metade da corrida, Bagnaia manteve-se no pódio virtual, mas a partir daí começou a perder terreno de forma evidente. Pior do que a quebra de ritmo foi a incapacidade de se defender num circuito onde historicamente sempre brilhou — afinal, tinha vencido as últimas três edições.
«O que aconteceu durante todo o ano aconteceu outra vez», desabafou à DAZN. «Luto e dou o meu melhor. Mas desta vez, dando o meu melhor, terminei em oitavo. O vencedor fê-lo no mesmo tempo que eu demorei a vencer no ano passado. Por isso, tenho potencial.», declarou o bicampeão (2022 e 2023).
A corrida austríaca foi ganha por Marc Márquez, que lidera o Mundial precisamente com a mesma moto da Ducati que deixou Bagnaia em apuros. O contraste foi evidente e o piloto de Turim não escondeu a frustração: «Não sei por que é que as coisas não estão a correr-me bem. O Marco Bezzecchi e o Marc Márquez fizeram tudo melhor do que eu. Terminar a 12 segundos num circuito onde sempre fiz a diferença é algo que não compreendo e nunca compreenderei», disse.
A exigência de Pecco foi clara e dirigida aos engenheiros de Borgo Panigale. «Estou sempre focado, nunca perdi a cabeça», garantiu. «Mas não consegui acelerar; todos me estavam a ultrapassar à saída das curvas. Espero que a Ducati me explique, porque estou a ficar sem paciência.»
Bagnaia, que se mantém firme na defesa do título mundial, parece ter chegado a um ponto de viragem: já não aceita respostas vagas. E em Spielberg, onde costumava dominar, deixou claro que a Ducati tem agora de lhe dar explicações convincentes — antes que o desgaste psicológico pese tanto quanto os segundos perdidos na pista.