
Contratado na última época aos austríacos do Salzburgo, o guarda-redes Nico Mantl chegou, viu e tornou-se a referência na baliza do Arouca, fechando a época de estreia no futebol português com 30 jogos, 29 com o estatuto de titular.
O alemão, natural de Munique, está agora em destaque na Revista Lobos, órgão de comunicação do clube, na qual faz uma retrospetiva sobre a carreira e a entrada no campeonato português. Aos 25 anos, Mantl recorda as chamadas às selecções jovens do seu país e a progressão pelo futebol senior alemão (SpVgg Unterhaching), austríaco (RB Salzburgo e Liefering) e dinamarquês (Aalborg e Viborg), antes de rumar a Portugal pelas portas do Arouca.
«Aqui senti que o grupo era mais como uma família», confessa o alemão, que tem na predileção pelas balizas a influência do pai, antigo guarda redes em competições amadoras.
«Na Dinamarca dizem que a liga é a irmã mais nova da Premier League, mas eu não iria tão longe», avalia, ao recordar as vivências no estrangeiro que precederam a decisão de aceitar a proposta do Arouca, para a qual muito pesaram os testemunhos de dois ex-colegas de equipa, Serginho Andrade, que alinhara na UD Oliveirense, Estoril e Benfica, e Nigel Thomas, ex-Paços de Ferreira.
«Falei com eles e só me disseram coisas boas acerca do País e do campeonato», conta o alemão, que deixou a Áustria com três campeonatos e duas taças conquistadas. Já totalmente adaptado ao Arouca e ao futebol nacional, Mantl é categórico na definição do ambiente e dos objetivos conseguidos entre os lobos da Serra da Freita.
«É, sem dúvida, um dos melhores balneários que podias ter para trabalhar. O meu principal objetivo para esta temporada era ter muito tempo de jogo e sinto que foi isso que consegui. Com o tempo, irão surgir outros objetivos, mas quero ter a cabeça focada nos principais e ir conquistando-os aos poucos», diz, depois de uma época de sonho certificada com 2700 minutos, o segundo melhor registo do plantel, apenas superado pelo central espanhol José Fontán (2772 minutos).
«Tínhamos uma equipa com muito mais qualidade do que o que a tabela classificativa apresentou», realça, ainda acerca do sabor amargo deixado pelo 12.º lugar na Liga.
«Os adeptos foram um grande incentivo para a equipa. Para a próxima temporada, nós, equipa, só podemos prometer que faremos de tudo para que o próximo campeonato seja melhor, em termos de resultados e de classificação», projeta Nico Mantl, um admirador dos compatriotas de baliza Manuel Neuer e Ter Stegen, que confessou ainda as suas rotinas pré-jogo: «Ouvir sempre as mesmas músicas e colocar luvas, chuteiras e meias a começar pela esquerda.»