
À medida que o mercado de pilotos aquece, um nome familiar está conspicuamente ausente — e o silêncio diz tudo.
Um Calvário Sem Fim
Esta temporada tem sido, para Miguel Oliveira, um autêntico pesadelo. Com três quedas graves já em 2023, tornou-se um dos pilotos mais azarados da história recente do MotoGP. A sua fragilidade física significa que cada incidente em pista acarreta riscos sérios.
Em Termas de Río Hondo, uma colisão violenta na Sprint, provocada por Fermín Aldeguer, obrigou-o a falhar quatro Grandes Prémios. Para quem acompanha a sua trajetória, é doloroso ver uma carreira outrora promissora vacilar sob o peso de lesões repetidas.
A Sair do Radar
Oliveira tem sentido enormes dificuldades em voltar a afirmar-se no pelotão. Em Brno, a sua corrida foi novamente arruinada por Aldeguer — que viria a ser penalizado pelo incidente. Episódios como este têm-no afastado da frente da grelha, onde as batalhas são intensas e o contacto é inevitável.
A sua passagem pela Aprilia Trackhouse no ano passado já tinha sido marcada por contratempos, mas a situação agravou-se dramaticamente após o GP da Grã-Bretanha de 2024. Nos últimos dois anos, o seu melhor resultado foi um segundo lugar na Sprint de Sachsenring — um retorno modesto para um piloto do seu calibre.
Em 2023, participou em oito Grandes Prémios, terminando apenas cinco e somando apenas três pontos. O melhor resultado? 13.º lugar nos Países Baixos. As qualificações foram igualmente dececionantes, muitas vezes fora do top 15. Comparado com o colega de equipa Jack Miller, que por vezes conseguiu extrair resultados de destaque da Yamaha YZR-M1, a diferença é evidente.
Um Futuro por um Fio
A carreira de Oliveira está agora num ponto crítico. A chegada iminente de Toprak Razgatlioglu à Yamaha deixa apenas uma vaga livre na equipa de fábrica. Entretanto, o carisma, os resultados e a experiência de Miller reforçam a sua posição para manter esse lugar.
Embora Oliveira traga as suas credenciais, enfrenta concorrência direta de pilotos com prestações mais consistentes. Desde que deixou a KTM no final de 2022, tem passado por vários projetos — Aprilia RNF, Trackhouse e agora Pramac Yamaha — sem nunca reencontrar a forma. Somando a isso um histórico de lesões e resultados irregulares, não é de estranhar que poucas equipas se mostrem dispostas a oferecer-lhe uma nova oportunidade.
Uma Luz ao Fundo do Túnel?
Oliveira ainda pode ter duas cartas na manga. A primeira é a sua nacionalidade portuguesa, que já atraiu patrocínios de marcas como a MEO — embora esse apoio pareça estar a diminuir. A segunda é a sua reputação como bom piloto de desenvolvimento. Mas será que estas qualidades compensam as repetidas ausências e resultados fracos?
É improvável que a Yamaha o considere para um papel de piloto de testes, sobretudo com concorrentes como Augusto Fernández já na equação.
O Tempo Está a Acabar
O futuro de Miguel Oliveira no MotoGP nunca pareceu tão incerto. Quer seja um adepto fervoroso ou um observador neutro, o relógio está a contar. Conseguirá inverter a sua sorte ou será 2025 o ano que marcará o fim da sua presença no palco mundial?
O debate está aberto — e os fãs acompanham de perto o próximo capítulo de uma história que se torna mais desesperada a cada dia que passa.