O engenheiro argentino Manuel Cazeaux, atualmente chefe de equipa de Maverick Viñales na KTM, afirma que o MotoGP mudou radicalmente nos últimos anos.

‘Antes o piloto contava um 70%, agora é ao contrário. Se a moto não está ao nível, é difícil ser competitivo’, declarou em entrevista ao SPEEDWEEK.com. Com passagens por Ducati, Suzuki, Aprilia e agora KTM, Cazeaux é uma das figuras mais respeitadas do paddock.

Cazeaux tem 47 anos e uma carreira marcada por experiências em algumas das marcas mais icónicas do campeonato. Doutorado em Bolonha, entrou para a Ducati e esteve presente na conquista do título de Casey Stoner em 2007. ‘Foi uma escola. A vitória com Stoner ensinou-me muito sobre o que realmente faz diferença numa equipa’, revelou ao mesmo meio.

Com Viñales, a relação vem de longe e continua a dar frutos. ‘Começámos na Suzuki. Em 2016 era jovem e impulsivo, havia que travá-lo. Agora é outro piloto. Tem talento, mas também maturidade’, destacou. Sob a sua orientação, Viñales tornou-se o primeiro piloto da KTM a lutar consistentemente pelos pódios em 2025.

Para além da componente técnica, Cazeaux insiste na importância do lado humano: ‘Muitas vezes falo com o Maverick de que somos humanos. Erramos, zangamo-nos, mas o importante é como nos recuperamos. Como os tenistas, os grandes são os que se recompõem rápido’. A psicologia, diz, é parte essencial do seu trabalho diário.

Cazeaux valoriza a diversidade cultural que encontrou nas várias equipas: ‘A diferença cultural entre Ducati e Aprilia é enorme, e estão a apenas uma hora de carro. Em Japão tudo é metódico, em Itália há mais paixão. Na Áustria têm um enfoque próprio’, afirmou.