Passado e futuro. Como tem sido tradição durante a sua chefia da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes deixou esta quarta-feira a última mensagem de Ano Novo no cargo, numa mistura de memórias e perspetivas para o 2025 da organização.

Nuno Lobo e Pedro Proença são os candidatos às eleições marcadas para 14 de fevereiro.

Fernando Gomes, que preside a FPF desde 2011, já anunciou por sua vez a candidatura à presidência do Comité Olímpico Português.

A mensagem de Fernando Gomes na íntegra

«Na minha última mensagem de Ano Novo como presidente da Federação Portuguesa de Futebol, permitam que utilize um registo um pouco mais pessoal e menos institucional.

Confesso que me agrada o simbolismo desta época do ano, quando nos encontramos com as pessoas de quem somos próximos, tiramos tempo para pegar no telefone, escrever uma carta ou responder a um mail.

Como imaginam, depois de tantas décadas no desporto são muitas pessoas a quem tenho o prazer de recordar que fazem parte da minha vida, pessoas que em algum momento foram decisivas e que procuro nunca esquecer.

Para os que me veem na bancada ou de relance num momento televisivo a assistir a um treino ou a participar numa reunião é provável que a minha imagem seja demasiado séria. Acreditem que nos jogos muitas vezes era mais a tensão do resultado que me forçava a pose de Estado, por dentro o sangue fervia. Aliás, todos os anos o Canal 11 repete (felizmente!) a final do EURO 2016 e todos os anos me revejo naquele salto de punhos cerrados após o golo do Eder, esquecido de que estava na tribuna de honra de uma final do Campeonato da Europa. Ali estava um português, como todos vós.

Gosto, dizia eu, do contacto que esta altura do ano permite. E por isso habituei-me a gostar de partilhar mensagens de Ano Novo, como esta. O 1 de janeiro é o dia mais prometedor: tudo é possível. Como se à nossa frente, em cima da mesa, estivesse uma folha em branco.

Pessoalmente, sempre acreditei que de facto tudo é possível. Talvez isso venha dos tempos de desportista. No basquetebol, o último lançamento ao cesto pode decidir um jogo.

Foi por isso que lutei pela Federação Portuguesa de Futebol. Esforcei-me por criar uma Direção com pessoas de quem pudesse orgulhar-me e em escolher uma equipa de gestão que, diariamente, ajudasse a pôr de pé a instituição que o País merecia.

Neste dia 1 de janeiro de 2025, a minha tendência é, como todos os anos, olhar para a frente.

Sei que só estarei mais algumas semanas na Cidade do Futebol, mas isso não me impede de sentir o mesmo entusiasmo pelos jogos da Seleção Feminina no EURO 2025, na Suíça, pela eliminatória da Seleção Masculina frente à Dinamarca e pelos apuramentos das seleções dos nossos jovens e de futsal. Será também ano de EURO Sub21 e de Mundial de futebol de praia.

Em 2025, Portugal lutará pela organização do EURO 2029 de seleções femininas e sei que a FPF entregará a melhor candidatura alguma vez submetida a um torneio como este.

A FPF está capacitada, como demonstrou ao longo dos últimos anos, para vencer qualquer desafio. Temos treinadores, jogadores e colaboradores do mais alto nível, pessoas que sabem o que significa representar Portugal em cada momento. A organização é sólida, está dotada de infraestruturas, valores e capacidade económica para desempenhar de forma brilhante a missão que lhe compete.

Quando oiço falar em legado, esse talvez seja o maior: sabemos que é possível entrar sempre para ganhar.

Pessoalmente, este será um ano de emoções, não o escondo. Mas também de reflexão, otimismo e ambição.

Desejo a todos os sócios da FPF, clubes, atletas federados, agentes desportivos, adeptos e equipas da Federação Portuguesa de Futebol um 2025 feliz e com muitas oportunidades de sucesso e, sobretudo, respeito pelo adversário e desportivismo.»