Esta segunda-feira (20.45 horas), o SC Braga desloca-se ao Estádio José Alvalade para defrontar o Sporting, que tem em Viktor Gyokeres uma das suas principais armas. Carlos Carvalhal reconhece isso, mas não cinge o poderio dos verde e brancos ao artilheiro sueco.

«O Sporting é mais do que o Gyokeres, sem dúvida. Rui Borges está a fazer um bom trabalho que sofreu uma ou outra transformação. Uma equipa à imagem do seu treinador, organizada, com ambição, que é muito difícil jogar no seu terreno, sem dúvida, nós sabemos disso. Com muitos pontos fortes, um deles é o seu avançado com certeza, mas não é só ele. Olhámos para a sua equipa como um todo e também queremos que olhem para nós assim que nos vejam como um adversário incómodo.»

Um jogo que pode muito bem alterar as contas do título e das primeiras quatro posições, mas o técnico dos minhotos mantém o discurso de olhar para dentro, porém sabe que tem um enorme desafio pela frente.

«Não quero saber disso para nada, nem vou entrar nessa luta. Um adversário difícil, é o campeão nacional que tem sido muito forte em casa e vai defrontar uma equipa que, salvo erro, é a melhor no comportamento fora de casa e são esses os argumentos que vamos esgrimir. Uma equipa com um excelente percurso fora e em casa e outra que tem tido um comportamento fora excecional. Adivinham-se dificuldades para ambos os lados. Queremos jogar com raça, ambição, com um foco muito grande, olhos nos olhos, sabemos das diferenças, das assimetrias, mas é dentro do campo que se esgrimem argumentos e onde temos sonhos, como toda a gente. Temos honra e vamos respeitar o SC Braga, a cidade e para isso temos de ir à luta e vamos com tudo para conseguirmos o três pontos que é o nosso grande objetivo.»

O treinador, de 59 anos, tem agora várias opções para o meio-campo e mostrou-se agradado com esse facto, explicando aquilo que cada jogador lhe traz.

«Todos eles estão aptos a jogar, treinaram muito bem, temos cinco opções para três lugares, incluindo o Rodrigo Zalazar e a sua posição. Cada um tem as suas características, dependendo de cada jogo. O Racic dá mais passos à frente, o Gorby controla melhor o jogo, o Diego Rodrigues é um jogador extremamente equilibrado, o João Moutinho dá segurança a partir de trás e, sem dúvida, o Vítor Carvalho é o jogador mais posicional. Portanto, em função daquilo que entendermos ser o melhor para cada, vamos avançar com as escolhas. Para mim, a nota positiva é que estão todos disponíveis e a treinar muito bem», analisou o técnico que depois fez o mesmo em relação às poucas alternativas para o ataque, já que Roger Fernandes e Fran Navarro continuam indisponíveis.

«Zero desculpas, confiança nos jovens jogadores que temos. O Rúben Furtado e o Afonso Patrão estão convocados e são as nossas opções para o ataque. Um miúdo com 17 anos e o Furtado com 19, para além do Ismael Gharbi, que tem 20. Estou a focar a idade, mas sem colocar em causa a competência, pois é muita e por isso é que têm a nossa confiança. Não está um guerreiro e levantam-se dois.»

Roger Fernandes, que foi distinguido como o melhor jovem do mês de fevereiro pelo Sindicato dos Jogadores e que já pode representar a Seleção Nacional, também foi elogiado pelo treinador dos guerreiros.

«Muito contente pelo Roger que para além de um excelente jogador, é um miúdo absolutamente fantástico, humilde, muito trabalhador, pena ter-se lesionado e estamos privados de um jogador que tinha números bastante bons. Mas, isso tem sido tónica ao longo da temporada. Os jogadores com melhores números ou saíram ou se lesionam e temos de lutar contra essas contrariedades. Tem estado fora, queríamos que estivesse pronto. Mas, muito satisfeitos pelo prémio que é mais que justo que pode aspirar ao Europeu sub-21, sem me imiscuir no trabalho do meu amigo Rui Jorge, mas é um jogador que pode ser uma opção.»