
O Aves SAD contrariou a história recente, superou o play-off contra o Vizela e reservou o último lugar na Liga 2025/26. Depois do triunfo por 3-0 na primeira mão, o 2-2 no segundo jogo resolveu a contenda.
O conjunto da Vila das Aves apanhou a última carruagem para o escalão máximo do futebol nacional. Pelo caminho ficou uma equipa vizelenses, cheia de qualidade, que joga bem à bola e que honrou o seu símbolo e as suas gentes.
O Vizela precisava de uma noite histórica para inverter a desvantagem que trazia do primeiro jogo. Pese embora Fábio Pereira ter alterado três jogadores para esta partida e ter um público apaixonado do seu lado, o terceiro classificado da Liga 2 apanhou um susto no arranque com Mercado a testar a atenção de Morro (9’).
Depois de respirar de alívio, os vizelenses tomaram conta do jogo com Yannick Semedo e Diogo Nascimento a ditaram os ritmos. Como resultado do ascendente inicial, o Vizela marcou num lance de infelicidade de Fernando Fonseca.
Conhecedor de alguns dos segredos do jogo, o Aves SAD fez por baixar o ritmo de jogo, o que retirou ímpeto ao oponente, que sonhava com uma recuperação memorável. De resto, os forasteiros, protagonistas de um futebol mais desgarrado e assente na velocidade de Tunde e Mercado, voltaram a criar perigo pelo nigeriano (17’).
O jogo fugiu ao Vizela entre os 30 e os 38 minutos. Do céu ao inferno num ápice. Thio, um dos melhores elementos vizelenses na primeira metade, viu Bertelli negar-lhe o 2-0 que reabriria o play-off e pouco depois, falhou o corte que permitiu a Tunde isolar-se, driblar Morro e fazer o 1-1.
Duro, duro. O golpe esmoreceu o ânimo nas bancadas. No entanto, os vizelenses, como já tinham mostrado ao longo da época, têm um coração enorme e não deixaram de lutar. Em cima do intervalo, Bertelli vestiu novamente a cara de herói e impediu o golo de Vivaldo Semedo (42).
O Aves SAD exibiu uma postura mais defensiva no arranque da segunda metade, aguentou um par de aproximações do adversário, sobretudo em lances de bola parada (55’ e 57’) e esperou, astuto, uma oportunidade. Esta surgiu, de resto, aos 64 minutos com Mercado a acelerar pela esquerda e a cruzar para uma finalização de calcanhar (que classe!) de Assunção.
O Vizela impediu a derrota com um golo de penálti, de Morschel (77’), mas nem isso serviu de consolação, visto que vai continuar na Liga 2 mais uma temporada. No final, o sonho vizelense transformou-se em lágrimas enquanto a ameaça da descida avense resultou em sorrisos de alívio.
Aves SAD: Bertelli (6), Fernando Fonseca (5), Jorge Teixeira (5), Devenish (5), Rafa Rodrigues (4), Assunção (7), Jaume Grau (5), Piazon (5), Tunde (7), Nenê (5), Mercado (7), Rodrigo Ribeiro (6), Vasco Lopes (5), Aburjania (5), Tomás Tavares (-) e Aderllan Santos (-).
Vizela: Morro (5), Jójó (4), Anthony Correia (5), Rhyner (5), Thio (5), Diogo Nascimento (6), Yannick Semedo (6), Loppy (5), Morschel (7), Schutte (4), Vivaldo Semedo (4), Bastunov (5), Petrov (5), Rodrigo Ramos (5).
Reações dos treinadores:
Paulo Sousa (adjunto do Aves SAD): ««Tivemos respeito pelo Vizela, uma equipa que vinha de uma série de jogos sem perder. Explorámos os espaços que tivemos e fomos muito fortes em termos mentais e coletivos. De forma justa, tornámo-nos na primeira equipa da Liga a superar o play-off.»
Fábio Pereira (Vizela): «Os erros custaram-nos caro nos dois jogos. Tentámos, pelo menos, ganhar este jogo. Mas não fomos eficazes nas oportunidades que criámos. Esta foi um bocadinho a história deste jogo e do play-off. No entanto, devemos estar orgulhosos do que fizemos.»