A Federação Portuguesa de Canoagem (FPC) acredita que a seleção conquiste medalhas nos Mundiais de velocidade, em Milão, entre quarta-feira e domingo, mas prefere resultados de excelência durante o ciclo olímpico para Los Angeles2028.

“Nunca prometemos pódios, apenas que os atletas se prepararam da melhor forma, tiveram as condições necessárias e, com certeza, vão estar motivados e dar o seu máximo para chegar aos lugares de topo”, disse o presidente da FPC, Ricardo Machado.

Em declarações à Lusa, o dirigente perspetivava a participação portuguesa no evento mais importante da modalidade do ano, no qual Portugal se apresenta com oito homens, dois dos quais da canoagem adaptada, e seis mulheres, a competir em 12 provas.

“Estou confiante. Felizmente, nos últimos anos temos conseguido. Mas se não acontecer, não há nenhum drama, o desporto é isto mesmo, nem sempre se ganha. Por vezes, é preciso perder para depois ganhar. Antes agora do que mais à frente, na qualificação ou nos Jogos Olímpicos, obviamente com uma importância muito superior”, vincou.

A segurança de Ricardo Machado veio reforçada dos Europeus disputados na República Checa, em junho, nos quais Portugal conquistou os títulos de K1 1.000 e 5.000 metros, por Fernando Pimenta, bem como o ouro em K4 500 metros, com Gustavo Gonçalves, João Ribeiro, Messias Baptista e Pedro Casinha. Baptista foi ainda prata em K1 200 metros.

“Encaramos estes Mundiais com muita confiança, a de quem vem de um Campeonato da Europa com resultados muito promissores, tanto no setor masculino como no feminino, mas também com o pragmatismo de quem sabe que não há competições iguais e que esta é a prova mais importante do ano”, sublinhou.

Em Milão, a seleção vai defender dois títulos mundiais em distâncias olímpicas alcançados em 2023 em Halifx, no Canadá, por Fernando Pimenta, em K1 1.000 metros, e João Ribeiro e Messias Baptista, em K2 500.

“É óbvio que sobre essas duas embarcações há um peso extra face ao que têm sido os seus resultados e às expectativas criadas, mas vão competir tranquilos. São atletas já com muita experiência e, portanto, irão encarar esta prova como mais uma”, desvalorizou, revelando que a “pressão” é algo inerente à “responsabilidade” de qualquer tripulação que represente Portugal.

Se o setor masculino tem sido pródigo em desempenhos internacionais de relevo, a formação feminina está em reestruturação, num grupo no qual sobressai o traquejo da olímpica Teresa Portela, que vai participar em K1 200 metros e liderar o K4 500 com um trio de canoístas ainda sub-23, respetivamente Ana Brito, Ana Rodrigues e Inês Costa.

O responsável assume que, nos últimos anos, o setor feminino não tem conseguido desempenhos equivalentes ao masculino, mas a FPC está a tentar criar uma embarcação nova, liderada por uma desportista “com currículo internacional”, com jovens que “estão a dar os primeiros passos na categoria sénior, que é muito difícil”.

“Acreditamos que esse barco possa ter evoluído um bocadinho mais desde o Europeu e possa chegar ao Campeonato do Mundo e mostrar que está aqui para lutar pelo apuramento olímpico, que é esse o nosso objetivo também no setor feminino”, concluiu.

Os Mundiais de canoagem de velocidade vão ser disputados em Milão, em Itália, entre quarta-feira e domingo, por cerca de 800 atletas, em representação de 73 países.