
O bombeiro da Covilhã que sofreu ferimentos graves, no acidente de viação que vitimou mortalmente outro operacional, "está estabilizado" e outro ferido grave de um incêndio da Guarda encontra-se com "prognóstico reservado", disse hoje fonte da ULS de Coimbra.
Conforme disse à Lusa fonte oficial da Unidade Local de Saúde (ULS) de Coimbra, o bombeiro dos voluntários da Covilhã, transportado em estado grave e de helicóptero para os Hospitais da Universidade de Coimbra foi operado ainda no domingo e "está estabilizado".
Segundo o Comando Sub-Regional das Beiras e Serra da Estrela de Emergência e Proteção Civil, o acidente aconteceu no domingo na aldeia de São Francisco de Assis, no concelho da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, tendo vitimado mortalmente Daniel Bernardo Agrelo, de 44 anos, que foi hoje sepultado na localidade de Peso.
Os voluntários deslocavam-se para combater um incêndio na localidade de Quinta do Campo, Fundão, referiu o Ministério da Administração Interna.
Este incêndio, que começou na quarta-feira em Arganil, no distrito de Coimbra, já atingiu três concelhos do distrito de Castelo Branco (Castelo Branco, Fundão e Covilhã) e o município da Covilhã informou hoje à tarde que as chamas estão fora de controlo, devido "à intensidade do vento".
Nos Hospitais da Universidade de Coimbra encontra-se também um ferido grave num incêndio que deflagrou na sexta-feira na aldeia de Pêra do Moço, no concelho da Guarda, que se mantém com "prognóstico reservado", disse hoje à Lusa fonte da unidade de saúde.
Diogo Cecílio, enfermeiro no Hospital Sousa Martins, na Guarda, sofreu queimaduras graves quando auxiliava os populares no combate às chamas em Vila Franca do Deão, onde morreu Carlos Dâmaso, de 43 anos, ex-autarca da junta de freguesia local, enquanto combatia o fogo que deflagrou na aldeia vizinha de Pêra do Moço e avançava em direção a Vila Franca do Deão.
O corpo carbonizado do empresário agrícola foi encontrado ao final da manhã de sexta-feira, numa das suas propriedades, junto à sua terra natal.
Numa nota publicada no 'site' da Ordem dos Enfermeiros, o bastonário Luís Filipe Barreira manifestou solidariedade para com Diogo Cecílio.
"Sabemos que o colega está estável e internado na Unidade de Queimados da ULS de Coimbra, onde está a ser devidamente acompanhado. A nossa primeira palavra é para ele e para a sua família: estamos convosco", lê-se na nota de solidariedade.
O incêndio foi registado às 10:44 de sexta-feira e alastrou aos concelhos de Trancoso e Pinhel.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração da situação de alerta desde 02 de agosto.
Além de terem provocado dois mortos e vários feridos, na maioria sem gravidade, os fogos destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual chegaram dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos fogos.
Segundo dados oficiais provisórios, até hoje arderam mais de 201 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.