
Cerca de 50 trabalhadores das Misericórdias manifestaram-se ontem em Lisboa, num protesto que começou na União das Misericórdias Portuguesas e terminou no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, e prometeram sair à rua também na próxima semana.
A par da manifestação, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) marcou também para o dia de hoje uma greve destes profissionais e deixou já o próximo protesto agendado para o dia 14 de agosto, também junto ao MTSSS.
À Lusa, a dirigente sindical do CESP, Catarina Fachadas, explicou que a greve e a manifestação englobam os trabalhadores das misericórdias portuguesas e os das Santas Casas da Misericórdia, sendo que o motivo principal é o mesmo: aumento do salário.
"Todos os anos, infelizmente, tem sido necessário recorrer à greve e a outras formas de luta", disse Catarina Fachadas, ao lado de vários cartazes que denunciavam a tentativa de "retirar direitos aos trabalhadores" e sob vários gritos de luta como "é urgente e necessário, o aumento do salário".
Em relação aos trabalhadores das misericórdias portuguesas, as reivindicações estão relacionadas com o aumento de salário com retroativos desde janeiro. Além disso, o CESP quer também que seja assinado e publicado o acordo feito no ano passado.
"No ano passado, depois de uma greve em maio, a União das Misericórdias aumentou os seus trabalhadores com efeitos a janeiro", explicou a dirigente sindical, acrescentando que o objetivo é que aconteça o mesmo este ano, apesar de as negociações estarem a ser feitas diretamente com a tutela.
O objetivo é que "melhorem as condições dos trabalhadores que todos os dias estão a trabalhar com menos ou que todos os dias estão a fazer horas", disse ainda Catarina Fachadas.
Já em relação aos trabalhadores das Santas Casas das Misericórdias, a questão é diferente, uma vez que está em cima da mesa retirar o complemento salarial das diuturnidades e o pagamento de feriados a 100%.
A dirigente falou num retrocesso de "um direito já conquistado" e considerou que esta mudança significa "retirar aquilo que é parte do vencimento mensal".
O CESP entregou hoje de manhã na União das Misericórdias Portuguesas e no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social uma resolução que menciona e explica as reivindicações dos trabalhadores e espera que em setembro estas questões sejam discutidas.
Este sindicato tinha uma reunião agendada com o MTSSS para julho, que foi cancelada e remarcada para setembro.