
"Queremos torná-la tão fortes que Vladimir Putin jamais pensará em voltar a aproximar-se da Ucrânia", disse Mark Rutte, apelando a um reforço do investimento dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e da União Europeia na área da defesa e no apoio à Ucrânia -- 23 dos 32 países da União Europeia pertencem à Aliança Atlântica.
Em conferência de imprensa conjunta com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e os presidentes do Conselho Europeu, o português António Costa, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Mark Rutte insistiu que a cimeira que está a decorrer em Haia, nos Países Baixos, até quarta-feira, é importante para reenquadrar a NATO ao novo contexto de incerteza e insegurança geopolítica.
Pouco antes da reunião entre o principal representante político da NATO e os da União Europeia, o Presidente ucraniano alertou que os objetivos do homólogo russo, Vladimir Putin, "não se circunscrevem à Ucrânia".
Volodymyr Zelensky considerou que Vladimir Putin precisa de continuar a guerra no território ucraniano para assegurar que não é deposto: "Enquanto Putin conseguir matar, Putin vive."
O Presidente ucraniano tem ainda previsto um encontro com os líderes das principais economias europeias (Alemanha, França, Itália, Polónia e Reino Unido) e na quarta-feira de tarde está equacionada uma reunião com o homólogo dos Estados Unidos da América, Donald Trump.
Depois de um primeiro encontro que não correu bem, na Casa Branca, no final de fevereiro, a presença de Volodymyr Zelensky na cimeira da NATO está a ser mais reservada.
Não estão previstos mais compromissos de reforço do apoio militar à Ucrânia e a questão de uma possível adesão à NATO não vai sequer ser alvo de discussão.
A cimeira da NATO realiza-se em Haia, nos Países Baixos, com a presença dos 32 países que compõem a organização político-militar, e a Ucrânia e os países do Indo-Pacífico como convidados.
Os Estados-membros da Aliança Atlântica avançam nesta reunião para um novo objetivo de investir pelo menos 5% do Produto Interno Bruto (PIB) na área da defesa, repartindo 3,5% para investimento direto e 1,5% para projetos de dupla utilização.
A decisão de Washington de bombardear instalações nucleares iranianas durante o fim de semana deverá dominar as discussões na reunião da organização fundada em 1949.
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