
O secretário da Defesa dos EUA "aprecia muito" os sermões de um pastor nacionalista cristão que questiona o direito de voto das mulheres, afirmou hoje o Pentágono.
O porta-voz do Pentágono, Sean Parnell, foi confrontado com a polémica em torno da publicação pelo secretário da Defesa, Pete Hegseth, no passado fim-de-semana nas redes sociais de um vídeo do pastor Doug Wilson, de uma igreja nacionalista cristã, no qual questiona o direito de voto das mulheres.
Hegseth "aprecia enormemente muitos dos escritos e ensinamentos de Wilson" e é um "membro orgulhoso" de uma igreja afiliada da Comunhão das Igrejas Evangélicas Reformadas (CREC), afirmou o porta-voz, citado pela rádio pública NPR.
O vídeo partilhado por Hegseth inclui declarações de membros da CREC e de Doug Wilson, um dos fundadores, que chega a dizer: "as mulheres são o tipo de pessoas das quais saem [nascem] pessoas".
"A esposa e mãe, que é a principal executiva do lar, é encarregada de três, quatro ou cinco almas eternas", continuou.
"Tudo de Cristo para toda a vida", comentou Hegseth na rede social X, em resposta ao conteúdo, que até esta manhãjá acumulava mais de três mil respostas e 15.000 reações.
Segundo a estação de televisão CNN, que publicou a reportagem da qual foi retirado o vídeo, Wilson faz parte de um grupo ascendente de líderes religiosos cristãos cada vez mais influentes entre os conservadores ligados ao movimento MAGA (Make America Great Again), do Presidente norte-americano, Donald Trump.
O secretário da Defesa é o seguidor mais destacado e público de Wilson na administração Trump, referiu a reportagem.
Hegseth, um veterano das Forças Armadas e ex-apresentador da cadeia de televisão conservadora Fox News, chegou ao Pentágono envolto em controvérsias, incluindo acusações de assédio sexual, e manifestou repetidamente a relutância em mobilizar mulheres para operações de combate.
Tem também promovido uma política contra o que apelida de "cultura woke" nas Forças Armadas norte-americanas, incluindo retirar das publicações oficiais quaisquer referências a minorias sexuais, e expurgar das bibliotecas do Pentágono livros que fazem referências ou simples alusões a estas.