O Programa Alimentar Mundial(PAM) anunciou hoje que vai reduzir para metade os objetivos estabelecidos no seu programa para a Venezuela este ano, porque o "financiamento não é suficiente".

"Foi uma decisão muito difícil, que tomámos depois de explorar e tentar muitas opções. O PAM não poderá continuar com o programa de alimentação escolar nos estados de Trujillo, Yaracuy, Barinas, Anzoátegui e Monagas", afirmou Lucía Ruz, associada do programa das Nações Unidas, num vídeo publicado no Instagram.

Por sua vez, a responsável pela Comunicação e Parcerias daquele programa das Nações Unidas na Venezuela, Marianela González, explicou que os "desafios globais de financiamento colocam em risco os programas humanitários e de desenvolvimento em todo o mundo" e que o país sul-americano "não é exceção".

"Viemos [para a Venezuela], pela primeira vez, em 2022 [para a população de Arismendi, no estado de Barinas] para identificar e mapear as escolas. Continuamos a vir de dois em dois meses, sem parar, durante três anos, chegando cada vez a mais escolas e mais longe. Até hoje", acrescentou.

Segundo aquela responsável, durante estes três anos, os alimentos funcionaram como um incentivo para que as crianças fossem às escolas.

"Hoje vamos embora, mas esperamos que estas oportunidades permaneçam", sublinhou.

Em fevereiro de 2023, o PAM aprovou o Plano Estratégico 2023-2025 para a Venezuela no valor de 573 milhões de dólares [491,5 milhões de euros] para reforçar a alimentação escolar, conforme informou na altura a Representação Permanente no país junto da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

O projeto também prevê assistência alimentar para pessoas em condições de maior vulnerabilidade, apoio na gestão de riscos climáticos, fortalecimento da resiliência e das infraestruturas dos sistemas alimentares, bem como das capacidades de organizações e instituições.

O objetivo, de acordo com o seu site, era apoiar mais de um milhão de pessoas com assistência alimentar até o final de 2025.

A Venezuela e o PAM assinaram um acordo de cooperação em 19 de abril de 2021 para fornecer refeições escolares nutritivas a menores em situação de vulnerabilidade, além do pessoal dos centros educativos.

Em junho passado, o PAM informou que distribuiu alimentos a mais de 7.000 pessoas num município do estado venezuelano de Apure (oeste, na fronteira com a Colômbia), afetado por chuvas intensas.

Além disso, aquele programa da ONU comunicou, no Instagram, que apoiou com alimentos mais de 200 pessoas em centros de alojamento temporário e forneceu sacos de polipropileno à Proteção Civil para conter a cheia dos rios.