
Líderes europeus e responsáveis da União Europeia reúnem-se hoje com os presidentes dos Estados Unidos e da Ucrânia para procurar aproximar Donald Trump da posição europeia antes das negociações de paz com o homólogo russo na sexta-feira.
As conversas, que decorrem hoje de forma virtual, foram promovidas pela Alemanha, com o objetivo de discutir "opções para pressionar a Rússia com vista a possíveis negociações de paz, reivindicações territoriais e garantias", anunciou o chanceler alemão, Friedrich Merz.
Os líderes da Finlândia, França, Reino Unido, Itália e Polónia, bem como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa, juntamente com os presidentes ucraniano, Volodymyr Zelensky, e norte-americano, Donald Trump, deverão participar nas reuniões virtuais com Merz.
Também o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, fará parte das conversações, bem como o vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance.
Num encontro marcado para sexta-feira no Alasca, nos Estados Unidos, Trump e o Presidente russo, Vladimir Putin, pretendem discutir a guerra russo-ucraniana, sem que esteja prevista a participação de Zelensky ou de representantes europeus.
Trump tem insistido que o acordo em preparação para o fim do conflito na Ucrânia envolve cedências de território, apesar das objeções de Kiev e da União Europeia (UE).
Desde que o encontro foi divulgado, os líderes europeus têm trabalhado para coordenar as suas posições, acreditando que os interesses e a segurança da Europa estão em jogo na Ucrânia.
Na terça-feira, a União Europeia disse apoiar a iniciativa do Presidente norte-americano para discutir com o homólogo russo uma solução para o conflito na Ucrânia, mas reiterou que uma "paz justa e duradoura" exclui "alterações de fronteiras pela força".
"Alcançar uma paz e segurança justas e duradouras" para Kiev pressupõe "respeitar o direito internacional, incluindo os princípios da independência, soberania, integridade territorial e a proibição de alterações das fronteiras internacionais pela força", alertaram 26 Estados-membros do bloco europeu, após uma reunião dos chefes da diplomacia, num comunicado que a Hungria recusou assinar.
Os países da UE, menos a Hungria, salientaram ainda que "o caminho para a paz na Ucrânia não pode ser decidido sem a Ucrânia".
O Presidente ucraniano agradeceu a posição europeia, que disse representar um "claro apoio" à "independência" e à "integridade territorial" da Ucrânia.
Excluído do encontro Trump-Putin, Zelensky intensificou os contactos nos últimos dias, nomeadamente para alertar que não vê qualquer indicação no terreno de que a Rússia esteja a "preparar-se" para um cessar-fogo à ofensiva iniciada em fevereiro de 2022.