
O Governo decidiu prolongar a situação de alerta, por causa dos incêndios que assolam, principalmente, o Norte e Centro do país, por mais 48 horas: ou seja, até ao final de terça-feira. A declaração teve início a 2 de agosto e tinha já sido renovada até ao fim deste domingo.
A informação foi dada este domingo, em conferência de imprensa, pela ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, que explicou as razões: "Apesar de ter sido possível diminuir a severidade de alguns dos grandes incêndios, ainda persistem condições muito desfavoráveis. O agravamento dos ventos e as dificuldades operacionais relacionadas com o fumo, que envolve vários territórios e impedem a utilização dos meios aéreos, são alguns desses fatores".
A medida foi tomada ouvindo os peritos, salientou a ministra, e implica que as autoridades se mantenham no seu grau de prontidão mais elevado e a continuação de algumas proibições, como as da realização de queimadas e queimas e de fogos de artifício.
A governante informou ainda que Marrocos vai permitir a Portugal manter até quarta-feira os dois aviões Canadair que foram cedidos há uma semana e que deveriam ter sido devolvidos na última sexta-feira.
A ministra saiu da sala onde decorreu a conferência de imprensa, na Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), em Carnaxide, sem responder às perguntas dos jornalistas, delegando outros esclarecimentos no comandante nacional, Mário Silvestre.
Após a intervenção da ministra, o comandante nacional da Proteção Civil, Mário Silvestre, indicou no habitual ponto de situação dos incêndios rurais em Portugal continental que até às 17:00 de hoje foram registadas 55 ocorrências, das quais 22 tiveram início no período noturno, ou seja, entre as 0h e as 8h.
"As ocorrências que mais nos preocupam neste momento são Trancoso (serra da Estrela), Vila Boa (Sátão), Piódão (Arganil), Candal (Sabugal), Pêra do Moço (Guarda), Poiares (Freixo de Espada à Cinta), Aldeia de Santo António (Sabugal), Sortelha (Sabugal), Vilarinho (Tarouca) e Mirandela (Trás-os-Montes)", informou o comandante.
Segundo o Comando Regional do Centro, os incêndios de Sátão e Trancoso uniram-se no terreno, mas a ANEPC continua a indicar os dados de forma separada.
Mário Silvestre sublinhou que se mantêm em fase de resolução, conclusão e vigilância "38 ocorrências que envolvem 1002 operacionais e 309 veículos com 11 meios aéreos".
Em relação a possíveis falhas no Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), o comandante indicou que desde que foram reportadas as falhas não se registaram mais constrangimentos.
Os dois aviões Fire Boss provenientes da Suécia devem chegar na segunda-feira e começar a operar na terça-feira, depois de um atraso devido a constrangimentos na entrega, que estava programada para hoje.
Segundo dados oficiais provisórios, até 17 de agosto arderam 172 mil hectares no país, mais do que a área ardida em todo o ano de 2024.
Notícia atualizada às 21h30 com declarações do comandante nacional da Proteção Civil.