
A Iniciativa Liberal (IL) aprovou este domingo em Conselho Nacional os candidatos a deputados e as linhas programáticas do partido às eleições legislativas antecipadas. O órgão máximo entre Convenções deu aval às listas e aos eixos do programa eleitoral com 59 votos a favor, seis abstenções e três votos contra.
Os cabeças de lista dos principais círculos eleitorais mantêm-se, mas será Mariana Leitão a encabeçar desta vez a lista por Lisboa, substituindo Bernardo Blanco. Rui Rocha e Carlos Guimarães Pinto voltam a liderar as listas por Braga e Porto, respetivamente. Por sua vez, Joana Cordeiro volta a ser cabeça de lista por Setúbal e Mário Amorim Lopes por Aveiro.
Uma das surpresas é Miguel Rangel, secretário-geral da IL, que surge como número dois da lista pelo Porto, no lugar de Patrícia Gilvaz (nas últimas legislativas), que não consta da lista para estas eleições. Até agora mais nos bastidores, Miguel Rangel faz parte do núcleo duro de Rocha e tem sido responsável pela definição da estratégia política e direção de campanhas eleitorais, assumindo agora um lugar elegível. Discreto, o dirigente liberal ganha, assim, protagonismo, preparando-se para reforçar o grupo parlamentar.
Entre as novidades está também Ana Moura, médica e ex-atleta olímpica residente nos Países Baixos, que será a candidata da IL pelo círculo da Europa (substituindo Cotrim Figueiredo), assim como Christian Höhn, presidente da associação de venezuelanos e luso venezuelanos - Venexos, que será candidato do partido pelo círculo fora da Europa.
Já André Abrantes Amaral, advogado e colunista, será desta vez o número um por Leiria, depois de ter sido o número cinco da lista por Lisboa nas últimas legislativas. O gestor Daniel Viegas, será cabeça de lista da IL pelo círculo eleitoral de Faro, no lugar de Pedro Bettencourt nas legislativas de 2024, após ter sido o número quatro da lista.
A grande maioria dos conselheiros nacionais aprovou as candidaturas, mas a discussão foi longa. Ao que o Expresso apurou, houve críticas de alguns conselheiros que entendem que as listas da IL às legislativas representam a 'cúpula', com o afastamento de membros menos alinhados com a direção, e lamentam o facto de voltar a haver candidatos oriundos de certos distritos que concorrem por outros distritos nestas eleições.
Já nas últimas legislativas foi feito esse reparo dentro e fora do CN. Oito membros dos grupos de coordenação dos núcleos de Aveiro enviaram na altura uma carta à direção de Rui Rocha a criticar a escolha de Amorim Lopes como cabeça de lista pelo círculo eleitoral, classificando-o de um "candidato alienígena ao distrito". E agora volta a encabeçar a lista do partido pelo distrito.
Mas houve também que saudasse, por exemplo, o facto de André Abrantes Amaral ter tido o "cuidado de validar a sua candidatura junto dos núcleos da região", antes de aceitar o desafio "por não pertencer ao distrito".
Sob o mote 'Acelerar Portugal', a campanha da IL terá como linhas programáticas três prioridades: modernizar o Estado, recuperar a confiança nas instituições e romper com a estagnação económica. Rui Rocha prometeu hoje perante os 50 conselheiros uma campanha focada em propostas para o país, recusando 'casos e casinhos', e apontou o dedo às restantes forças políticas, que acusou de se limitar a debater cartazes e casos do primeiro-ministro.
(Em atualização)