A greve dos observadores meteorológicos e geofísicos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) conta hoje com uma adesão superior a 90%, segundo a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS).

A adesão dos trabalhadores com funções de observador meteorológico e geofísico à paralisação convocada pela FNSTFPS dá, assim, "uma resposta firme à ausência de resposta do Governo às suas reivindicações", considerou a federação num comunicado.

A adesão de 90% foi conseguida, segundo a FNSTFPS "apesar de nas últimas horas do dia de ontem [quinta-feira], o Conselho Diretivo do IPMA ter exercido muita pressão para que os trabalhadores não exercessem o direito à greve, tentando impor de forma ilegal serviços mínimos que não foram previamente negociados com a Federação".

Os trabalhadores com funções de observação meteorológica e geofísica exigem "resposta urgente às suas reivindicações que passam pela consolidação das mobilidades intercarreiras e a abertura de concursos para todos os trabalhadores que exercem as funções de observador meteorológico e geofísico", refere o comunicado.

Em causa, segundo a estrutura sindical, estão cerca de 60 trabalhadores que desempenham as mesmas funções, mas que estão em quatro carreiras distintas, com salários diferentes e perspetivas diferentes de progressão na carreira.

Orlando Almeida, dirigente da FNSTFPS, disse à Lusa na segunda-feira que "nada foi feito" pela tutela para alterar a situação e integrar, como deveria ser, todos os trabalhadores na carreira técnica superior.

O dirigente admitia que a paralisação, de 24 horas, poderia afetar o serviço de informação meteorológica prestado aos aeroportos e aeródromos.

Contactado pela Lusa, o Ministério da Agricultura e do Mar, que tutela o IPMA, indicou que "está a articular esforços" com o Ministério das Finanças "para resolver esta situação".

"Em causa está o processo da consolidação da mobilidade intercarreiras dos observadores meteorológicos do IPMA, uma aspiração dos trabalhadores que remonta a 2017 e à qual o atual Governo pretende dar resposta", referiu o Ministério da Agricultura e do Mar.