O deputado do CHEGA na Assembleia da República, Francisco Gomes, exigiu a demissão do comandante regional da PSP, o superintendente Ricardo Matos, apontando-lhe uma liderança “fraca, incompetente e profundamente desajustada à realidade operacional e social da Região”. Através de uma nota de imprensa, o parlamentar diz que a situação vivida pelos efectivos da PSP na Madeira resulta, em grande parte, das opções e práticas impostas pela actual chefia.

Entre as falhas mais graves, o deputado sublinha "a escassez de meios humanos" e diz que "a Madeira recebeu apenas quatro novos agentes na última distribuição nacional, sem que o comandante tivesse sabido ou querido reivindicar mais efectivos". Aponta também "a falta de recursos materiais e de viaturas aptas para uso", o que levou, a seu ver, "ao desaparecimento quase total do patrulhamento na via rápida e a uma drástica redução da fiscalização do trânsito citadino e do policiamento de proximidade".

Francisco Gomes também lamenta "a sobrecarga dos agentes com serviços gratificados, alguns dos quais diz que ainda estão por pagar, os quais retiram folgas aos agentes e colocam os mesmos sob elevada pressão física e psicológica".

O Comando Regional da Madeira está a ser gerido como se fosse uma colónia de férias para quadros superiores que vêm preparar a reforma e receber condecorações, enquanto os agentes no terreno trabalham no limite das suas forças. É inaceitável e vergonhoso que isto aconteça. Não podemos aceitar". Francisco Gomes

O parlamentar denuncia ainda o “estilo ditatorial do superintendente Ricardo Matos", exemplificando com "a alteração unilateral da ordem interna dos gratificados, que, ao que diz, havia sido aprovada previamente por dois terços dos efetivos e cuja modificação diz ter gerado forte indignação".

Francisco Gomes também aponta ao espaço nacional e diz que, na sua opinião, a direcção nacional da PSP “está politizada e mais preocupada em agradar ao poder político do que em apoiar os agentes”.

Sublinha que "essa situação também contribui para níveis alarmantes de desgaste pessoal e pressão familiar, reflectidos numa taxa de divórcios que atinge os 90%, segundo o ultimo estudo do Sindicato Independente de Agentes de Polícia, e no elevado numero suicídios, tendo sido registados 107 nos últimos 14 anos".

“Temos uma PSP que está a ser destruída por más chefias, que não cuidam dos seus agentes e não protegem quem arrisca a vida para manter a ordem e garantir a segurança. É um cenário de abandono, desmotivação e descrédito que não pode continuar, pois cada dia que passa nesta situação é mais um golpe na dignidade da nossa polícia”, afirmou.

O parlamentar critica ainda o que diz ser "a incoerência da chefia regional, que em Agosto impõe aos efectivos a limitação de férias devido à sobrecarga de eventos, mas o próprio comandante tira férias nesse período".

“Se quer estar descansado, que fique em férias permanentes e envie a sua demissão de lá”, ironizou, defendendo que a PSP Madeira dispõe de “um excelente segundo-comandante, que é madeirense e conhecedor profundo da realidade local”, mas que sofre por ter “um mau primeiro-comandante, que não serve os interesses da segurança pública regional”.