O deputado único do Juntos Pelo Povo (JPP) na Assembleia da República, Filipe Sousa, criticou, hoje, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, que "opta por permanecer de férias no Algarve e participar em comícios políticos", num "cenário de tragédia nacional", motivado pelos incêndios, "como se a situação do país fosse irrelevante".

Portugal atravessa uma crise dramática. Casas, campos, florestas e vidas estão a ser devorados pelas chamas. Os bombeiros combatem o fogo até à exaustão, enquanto populações inteiras choram o que perderam. Neste cenário de tragédia nacional, o Primeiro-Ministro opta por permanecer de férias no Algarve e participar em comícios políticos, como se a situação do país fosse irrelevante. Filipe Sousa, JPP

O parlamentar, citado em comunicado de imprensa, considera que tal atitude é "um insulto". "É a prova de que temos um Governo desligado da realidade, fechado no conforto da propaganda e incapaz de sentir a dor do país que governa", sentencia Filipe Sousa, recordando que "este comportamento não é inédito" nas hostes do PSD.

Na Madeira, no ano passado, governantes do PSD — incluindo o Presidente do Governo Regional — preferiram o refúgio político no areal do Porto Santo à urgência da tragédia que afetava a população Filipe Sousa, JPP

Ao nível local, lembrou que "também em Santa Cruz, em 2012, o então presidente da Câmara Municipal do PSD optou pela ausência, mergulhado numa piscina de uma unidade hoteleira no Porto Santo, enquanto o concelho ardia".

"Muda-se a cara, repete-se a mesma arrogância e a mesma indiferença. Quando a nação está em chamas, não há férias. Não há cocktails. Não há comícios. Não há reentrés. Há apenas um dever: estar no terreno, liderar e mostrar que o país não está entregue à sua própria sorte. O que falta a estes governantes é um pingo de humanismo e vergonha na cara. Tudo o resto é cobardia política mascarada de agenda", remata Filipe Sousa.

O deputado madeirense na Assembleia da República já se tinha pronunciado esta semana sobre a situação dos incêndios que lavram em Portugal, instando o primeiro-ministro e o Presidente da República a tomar "medidas concretas".