O chefe de Governo disse na rede social Facebook, no sábado à noite, que o incidente ocorreu no distrito de Chbar Mon, na "terceira cidade militar" da província de Kampong Seu, e enviou condolências às famílias das vítimas.

De acordo com o relatório do exército, citado hoje pelo jornal cambojano Khmer Times, a explosão ocorreu às 14:25 de sábado (07:25 em Lisboa) e destruiu por completo o armazém de munições, causando ainda danos graves a mais quatro edifícios militares.

O relatório, que não indica a causa do acidente, indica que também foram danificados um edifício residencial e um edifício de escritórios, situados dentro da base militar, bem como 25 casas de moradores que viviam nas proximidades.

Imagens divulgadas pela imprensa cambojana mostram edifícios completamente destruídos pela explosão.

Pheng Kimneang, um residente na localidade onde se situa a base militar, disse ao jornal online Kirinews que ocorreram várias explosões, a primeira por volta das 14:30 (07:30 em Lisboa), a que se seguiram outras, mais pequenas, durante uma hora, originando colunas de fumo.

Hun Manet anunciou que o Governo irá dar cerca de 18,7 mil euros às famílias de cada soldado falecido e cerca de 4,6 mil euros aos feridos.

O Camboja, como grande parte do Sudeste Asiático, tem vivido uma intensa onda de calor nas últimas semanas e a província onde ocorreu a explosão registou no sábado uma temperatura máxima de 39 graus Celsius.

As temperaturas elevadas prolongadas podem afetar a estabilidade dos explosivos no interior das munições, com o risco de que mesmo uma pequena explosão possa desencadear um incêndio e uma reação em cadeia.

Em março de 2005, uma explosão num depósito de armas na cidade de Battambang, no noroeste do Camboja, provocou uma série de explosões que durou uma hora, matando pelo menos seis pessoas.

Um relatório de 2014 do grupo Small Arms Survey, com sede na Suíça, destacou o perigo das munições mal armazenadas ou mal manuseadas, descrevendo-as como um "problema global".

A organização observou que, no espaço de 35 anos, ocorreram mais de 500 incidentes envolvendo explosões não planeadas em locais de munições.

"Uma única explosão não planeada num local de munições pode ceifar dezenas de vidas, ferir centenas de pessoas e deslocar milhares", afirmou o Small Arms Survey.

"Os danos às infraestruturas podem ser extensos, abrangendo muitos quilómetros quadrados. Além disso, a perda de atividade económica pode exceder dezenas de milhões de dólares e ter ramificações a longo prazo para os meios de subsistência e o ambiente," acrescentou o grupo.

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