"Hospitais foram bombardeados pela ocupação [de Israel], ruas foram arrasadas, edifícios foram destruídos, mesquitas, mercados e praças públicas foram completamente arrasados", descreveu o autarca de Rafah, Ahmed Al Sufi, na nota.

Segundo o comunicado, o Exército israelita destruiu também 22 dos 24 poços de água, o que privou dezenas de milhares de famílias de água potável, e 85% das suas redes de esgotos, o que facilita a propagação de epidemias e doenças.

Além disso, 320 quilómetros de estradas foram completamente destruídos e arrastados, segundo o comunicado.

Ainda de acordo com a nota, o Ministério da Saúde palestiniano, tutelado pelo Hamas, registou a morte de dezenas de pessoas em Rafah nos últimos dias, "todas elas civis que tentavam regressar para inspecionar as ruínas das suas casas".

Doze dos centros médicos estavam também completamente fora de serviço, incluindo o Hospital Abu Yousef Al Najjar Martyr, que Israel destruiu "com um robô explosivo".

"A maternidade e o hospital indonésio também foram destruídos, bem como oito escolas e instituições de ensino", refere a nota, acrescentando que as forças israelitas destruíram total ou parcialmente uma centena de mesquitas e arrasaram milhares de hectares de terras agrícolas, árvores e estufas.

Após a quebra do cessar-fogo com o Hamas, a Faixa de Gaza é alvo de ataques diários por parte das tropas israelitas que, nos vinte dias desde que regressou à ofensiva, causaram 1.300 mortes em todo o território, assim como o bloqueio durante mais de um mês da entrada de ajuda humanitária.

"Isto exacerbou o sofrimento do povo palestiniano, que vive em condições trágicas, sem sequer as necessidades mais básicas da vida", afirma a província de Rafah, que tem uma área de 60 quilómetros quadrados (16% da faixa) e é habitada por aproximadamente 300.000 pessoas.

Rafah também faz fronteira com o Egito ao sul, uma área onde, de acordo com o comunicado, Israel destruiu uma área de 12.000 metros de comprimento e entre 500 e 900 metros de largura, arrasando 90% dos bairros residenciais, especialmente os de Al Salam, Al Brasil, Al Junaina e o campo de Rafah.

 

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Lusa/fim