O líder norte-coreano Kim Jong-un inspecionou em setembro do ano passado uma instalação que produz material nuclear e apelou na altura ao reforço da capacidade de combate nuclear do país, noticiou esta quarta-feira a agência de notícias oficial.
A Agência Central de Notícias da Coreia do Norte informou que Kim visitou a base de produção de material nuclear e o Instituto de Armas Nucleares.
A agência não informou onde se situam as instalações, mas as fotografias norte-coreanas indicam que o dirigente terá visitado - em setembro do ano passado - uma instalação de enriquecimento de urânio.
Durante a visita, Kim sublinhou a necessidade de aumentar ainda mais o número de centrifugadoras para construir mais armas nucleares.
Trata-se da primeira vez que a Coreia do Norte revela uma instalação de enriquecimento de urânio desde que mostrou uma outra central a académicos norte-americanos de visita ao país em 2010.
Segundo a Agência Central de Notícias, Kim Jong-un disse que a Coreia do Norte registou resultados surpreendentes na produção de material nuclear em 2024 e sublinhou a necessidade de ultrapassar o objetivo de produção em 2025 para reforçar "o escudo nuclear do país".
Por outro lado, segundo a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP) esta visita de Kim Jong-un sugere a persistência na expansão do arsenal nuclear da Coreia do Norte.
Analistas consultados pela AP consideram que as iniciativas norte-coreanas em matéria de armamento fazem parte de uma estratégia para obter concessões políticas dos Estados Unidos.
O início do segundo mandato de Donald Trump como Presidente norte-americano levanta perspetivas sobre a eventual recuperação da diplomacia entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte, uma vez que Trump se encontrou com Kim três vezes durante o primeiro mandato (2017-2021).
Os contactos de alto nível terminaram em 2019 devido a disputas sobre as sanções económicas lideradas pelos Estados Unidos contra a Coreia do Norte.
Pyongyang aumentou significativamente as atividades relativas a testes com armas, desde essa altura.
No domingo, a Coreia do Norte disse que testou um sistema de mísseis de cruzeiro, a terceira vez este ano, e prometeu uma resposta "mais dura".
Para a Coreia do Norte os treinos militares dos Estados Unidos com a Coreia do Sul são ensaios de invasão, embora Washington e Seul tenham afirmado repetidamente que os treinos são de natureza defensiva.
Nos últimos anos, os Estados Unidos e a Coreia do Sul alargaram a natureza dos exercícios militares em resposta ao avanço do programa nuclear da Coreia do Norte.
Com Lusa