Cinco pessoas foram detidas em relação com o alegado esquema de fraude empresarial que levou à demissão do primeiro-ministro lituano, Gintautas Paluckas, na semana passada, anunciou hoje o serviço de investigação de crimes financeiros da Lituânia.

Num comunicado, a instituição indicou também que na quarta-feira foram revistados dez imóveis e veículos nos distritos de Vilna e Klaipeda, entre outros, e que foram confiscados documentos.

"Foram detidas mais quatro pessoas durante as buscas", declarou o serviço, que já tinha detido um suspeito, e esclareceu que a questão das medidas cautelares a aplicar está ainda a ser resolvida.

A investigação, conduzida pelo gabinete lituano da Procuradoria Europeia, incide sobre um possível caso de fraude de crédito relativo a um empréstimo preferencial de 200 mil euros obtido por uma empresa propriedade em 49% de Paluckas, depois de este se ter tornado primeiro-ministro.

Os investigadores também estão a analisar se um grupo organizado cometeu outros crimes, como falsificação de documentos e suborno, para permitir que outra empresa, em nome de uma cunhada de Paluckas, obtivesse de forma fraudulenta mais de 136 mil euros em ajudas europeias.

Segundo a estação televisiva privada LNK, um dos detidos é o irmão do antigo primeiro-ministro, Danas Paluckas, casado com a proprietária da segunda empresa, cujo diretor também se encontra entre os suspeitos.

O político social-democrata, que tinha subido ao poder no final do ano passado, viu-se também obrigado a demitir-se do cargo de líder do seu partido, devido à pressão da opinião pública após a revelação do escândalo por vários meios de comunicação social, embora ele próprio ainda não tenha sido acusado de qualquer crime.

O Partido Social-Democrata da Lituânia (LSDP) nomeou na semana passada a ministra interina da Segurança Social e do Trabalho, Inga Ruginiene, para substituir Paluckas no cargo de primeiro-ministro, tendo esta sido hoje formalmente nomeada pelo Presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda.

Agora, o parlamento lituano (Seimas) tem de decidir quando convocar uma sessão extraordinária para confirmar Ruginiene como primeira-ministra.

Até à demissão de Paluckas, a Lituânia era governada por uma coligação tripartida entre o LSDP, a União dos Democratas para a Lituânia, de centro-esquerda, e o partido populista Nemuno Ausra (Alvorada dos Nemunas).