
A corrida a Belém poderá em breve ganhar mais uma cara à esquerda. Depois de longa espera, Sampaio da Nóvoa anunciou que não será candidato, deitando por terra a ideia de uma candidatura presidencial que agregasse a esquerda. E foi preciso apenas um dia para Catarina Martins se posicionar na corrida.
A eurodeputada e antiga coordenadora do Bloco de Esquerda recorreu às redes sociais para lamentar que o professor universitário não avance com o que "seria uma candidatura importante". Porém, numa série de publicações no X, a bloquista recusa deitar a toalha ao chão.
"Tenho falado com muitas pessoas que recusam ficar reféns de uma escolha impossível entre a defesa de um presente que abandona a maioria e a aceitação de um futuro autoritário. Também eu partilho dessas preocupações", escreve.
Para Catarina Martins, importa "garantir o debate fundamental sobre o futuro coletivo", num "contexto [que] é difícil para a esquerda" e que por isso traz a "responsabilidade acrescida de juntar forças, inventar soluções, enfrentar os perigos com coragem e defender a nossa gente".
"Este tempo exige uma esquerda dialogante e capaz de propor um novo caminho para Portugal. Sei desta responsabilidade e contribuirei para lhe responder", garante a eurodeputada. Ora, o Público dá a candidatura como certa, enquanto o Observador escreve que a bloquista está ainda em refletir.
São já duas dezenas os nomes que formalizaram a candidatura a Belém ou anunciaram que o vão fazer. Como o Expresso noticiava há uma semana, Bloco de Esquerda e Livre estavam impacientes com a indecisão de Sampaio da Nóvoa e estavam já a equacionar candidaturas próprias, descartando um apoio ao comunista António Filipe.
Se no Livre a opção, por agora, é continuar à espera que algum nome repense a sua candidatura face às opções à esquerda, o recuo de Sampaio da Nóvoa deixa também o PS sem opções. “Todas as hipóteses foram caindo uma a uma, esta era a última”, admite um socialista na edição desta sexta-feira do Expresso. Mas se um apoio a António José Seguro parece cada vez mais provável, o secretário-geral mantém que a decisão só será tomada pela Comissão Nacional depois das autárquicas.
Já à direita, o anúncio da candidatura de Cotrim Figueiredo e uma eventual candidatura apoiada pelo Chega (decidida a 12 de setembro) dividem ainda mais a direita e podem beneficiar Seguro.