
"Reforça-se a importância de rever protocolos de atuação e garantir a rápida tomada de decisões que salvaguardem a saúde das mães e dos bebés", adiantou a associação num comunicado em que denuncia que uma grávida de 34 semanas, residente na Moita, teve de permanecer numa ambulância "quase três horas" antes de ser reencaminhada para a Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa.
De acordo com a ANTEM, na quarta-feira a ambulância chegou ao local pelas 11:40 e após avaliação clínica a equipa transmitiu os dados da situação ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).
"A grávida permaneceu na ambulância, enquanto o CODU tentava perceber para onde poderia transportar esta senhora parturiente e os bombeiros ficaram à espera de uma decisão até às 14:20", adiantou ainda a associação.
Durante este tempo de espera, "foi inclusive considerada a hipótese de encaminhamento para uma unidade hospitalar em Coimbra", referiu a ANTEM, ao salientar que neste caso, que foi noticiado pela TVI, fica "bem patente que não existe uma articulação eficaz entre os CODU e os serviços de urgência" dos hospitais.
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que não confirmou o tempo de espera de cerca de três horas, adiantou à agência Lusa que "o pedido foi recebido no CODU através do SNS24", tendo sido acionados os Bombeiros Voluntários de Alcochete.
"Após avaliação da grávida, verificou-se que não estavam reunidas as condições clínicas necessárias ao transporte para Coimbra, onde existia vaga de neonatologia", referiu ainda o INEM, ao avançar que, posteriormente, foi "coordenado com a Direção Executiva do SNS o transporte da grávida para a Maternidade Alfredo da Costa".
"Situações como esta são inadmissíveis num Estado de Direito Democrático, pelo que deverá ser produzida uma profunda auditoria ao Sistema Integrado de Emergência Médica", que inclua um estudo do impacto dos serviços desde a chamada do pedido de ajuda até ao momento em que o paciente tem alta hospitalar, defendeu ainda a associação.
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