
Em quatro anos, não apenas o número de adeptos do streaming duplicou como os que já se habituaram a ter uma seleção personalizada de conteúdos de entretenimento já não se contentam com apenas um serviço. Na maioria das casas portuguesas, o que se vê hoje nos ecrãs já se serve em plataformas de streaming. E dos 52% que já aderiram aos conteúdos audiovisuais por subscrição (SVoD) também mais de metade já diversifica com pelo menos duas plataformas distintas à sua disposição para escolher séries, filmes, documentários e outros conteúdos.
Os números impressionam e são de fonte oficial, o BStream - Barómetro de Plataformas de Streaming, um estudo regular de acompanhamento da notoriedade, preferências e consumo dos serviços de vídeo SVoD a operar em Portugal, divulgado pela Marktest.
Mas afinal o que anda os portugueses a ver? A resposta é dinâmica, acompanhando a entrada de mais plataformas no país mas também com alguma oscilação a advir do tipo de conteúdos disponíveis em cada uma delas. E com os portugueses a aderir a mais serviços, os mais antigos ainda têm primazia mas outros players vão ganhando cada vez mais espaço. De acordo com a análise do Just Watch às plataformas que operam em Portugal, Netflix (23%), Amazon Prime (22%) e Disney+ (17%), estreadas por cá em 2015, 2026 e 2020, continuam a liderar a tabela, mas Max (ex-HBO Max) e Sky Showtime lideraram as novas preferências no último ano, fechando o ano a subir até 2% e garantindo já, respetivamente, fatias de 14% e 8% no mercado português.

Entre os trunfos apresentados por estas duas plataformas para conquistar audiências estão grandes êxitos de bilheteira no cinema, como Dune - Parte 2 (Max) e Oppenheimer (Sky Showtime), dois dos filmes mais vistos em Portugal em 2024.
Ambas chegadas ao mercado português em outubro de 2022 e com mais de mil títulos disponíveis cada, Max e Sky Showtime têm vindo a conquistar os portugueses com uma oferta diversificada e acessível, tornando-se especialmente atrativas nas casas onde há diferentes gerações de olhos postos nos ecrãs. Enquanto a primeira oferece conteúdos provenientes de estúdios de renome como HBO, Warner Bros., Showtime, Paramount+, DreamWorks e Universal, numa seleção que se destaca pela variedade (de Dexter, The Office, Yellowstone ou Tulsa King a clássicos como Gladiador e Sacanas Sem Lei), o SkyShowtime tem-se afirmado como alternativa graças a conteúdos dos estúdios Universal Pictures, Paramount Pictures, DreamWorks, Nickelodeon e Showtime e à aposta em novidades como Billions, Douglas Is Cancelled ou Halo, a par de documentários como Senna, Blackfish e Cobain: Montage of Heck.
Ambas olham igualmente para as crianças — permitindo inclusivamente criar perfis personalizados, incluindo infantis com controlo parental — , ou não tivessem nos respetivos cardápios marcas como DreamWorks e Nickelodeon, que lhes permitem disponibilizar aos mais pequenos êxitos que vão dos mais vistos do Cartoon Network a Shrek, Madagáscar e a série Patrulha Pata. E não esquecem a carteira das famílias que subscrevem os serviços: na versão básica (com anúncios, em dois aparelhos), assinar o Max fica por menos de 6 euros (no patamar do Disney+) e o Sky Showtime (igualmente com anúncios, num aparelho) não chega aos 5 euros mensais (semelhante ao Amazon Prime). Preços que significam poupança significativa relativamente aos da plataforma mais antiga, a Netflix (8,99).