O que querem os lisboetas para a cidade? Foi essa a pergunta a que o Movimento JUNTARLISBOA! quis responder. E para isso reuniu profissionais e personalidades da sociedade civil de várias áreas para dar os seus contributos em três áreas centrais. Com mais de 300 pessoas a reunir-se em três sessões temáticas e setoriais, dinamizadas em junho e julho no Tokyo/Jamaica, foram apresentadas as primeiras ideias e reflexões técnicas para a cidade.

Agora, Gonçalo Reis, promotor do movimento, levou essas ideias ao presidente da CML, Carlos Moedas, num evento em que o Movimento JUNTARLISBOA! também assumiu o seu apoio à candidatura da coligação Por Ti, Lisboa.

"Ao longo de vários meses de trabalho e de sessões temáticas com experts técnicos, reunimos contributos e pensamento em áreas decisivas para a cidade", explica Gonçalo Reis, assegurando que a entrega de propostas à candidatura de Carlos Moedas "corporiza uma visão moderna e transformadora para Lisboa, que seguramente terá impacto na formulação de políticas públicas de elevado impacto e orientadas para o futuro".

Com foco na Habitação, Serviços Públicos e Cultura, o movimento cívico criado por um conjunto de cidadãos com experiência técnica e profissional em áreas-chave para o desenvolvimento urbano, cultural e social, reuniu-se a 30 julho com Carlos Moedas "para a partilha de ideias técnicas e contributos estratégicos para responder aos principais desafios da cidade, marcando o primeiro momento de auscultação institucional deste movimento independente".

"Lisboa não precisa apenas de mais planos. Precisa de transparência, de accountability e de indicadores de gestão com reporte mensal acessível a todos os cidadãos", vinca também Rui Paiva. Para o empreendedor e promotor do Juntar Lisboa!, é dessa forma que será possível à cidade atrair talento, investimento e vontade de ficar: "É isso que transforma visão em resultado. O setor privado quer investir em soluções para a cidade, mas exige regras claras, visão de longo prazo e decisões com coragem. Parcerias público-privadas fazem-se com compromisso e liderança; e não basta digitalizar processos antigos: é preciso repensar a forma como a cidade funciona", acrescenta Rui Paiva. "O talento vem onde há propósito, dados abertos e espaço para inovar, e fica onde sente que pode fazer a diferença. Lisboa tem tudo para liderar, mas precisa de assumir esse papel com coragem e, acima de tudo, com a capacidade de arriscar."

Os contributos levados a debate vieram de especialistas, artistas, empreendedores, arquitetos, juristas, economistas e académicos, criando um espaço de escuta ativa, no qual "foram também apresentados casos de estudo internacionais de cidades que conseguiram redesenhar os seus modelos urbanos com impacto e criatividade". E há já novas datas marcadas para debater outros temas que respeitam a cidade. Em datas a anunciar em setembro, haverá tempo para discutir a cidade no que respeita à Mobilidade e à Juventude, sabe-se já.

Entre os principais vetores trabalhados nesta reunião, estiveram em destaque os setores da Habitação e Urbanismo, Modernização e Transformação dos Serviços, bem como a Cultura e Espaço Público, contando com um grupo alargado de arquitetos e urbanistas para a apresentação de uma análise crítica e propositiva, identificando zonas de ineficiência e defendendo uma revisão cirúrgica e adaptada aos desafios reais de sustentabilidade, habitação acessível e equilíbrio funcional da cidade. "As propostas passaram por um novo pacto habitacional entre poder público, setor privado e comunidade", explicam os promotores do movimento.

Na Modernização e Transformação dos Serviços as ideias centraram-se na relação entre inovação e proximidade, defendendo a transformação digital como um meio de humanização dos serviços e simplificação da vida urbana, tendo sido discutidos modelos de governance mais transparentes e com maior participação cidadã.

Também promotora do movimento, Ana Casaca, especialista em inovação, destaca o próximo passo para Lisboa: "Pôr a inovação nas ruas, nos bairros, na vida real. Porque inovar não é apenas investir em tecnologia — é escutar, ter empatia e saber construir com quem vive a cidade. A inovação tem de acontecer nos mercados, nas escolas, nos jardins, e os cidadãos não podem ser apenas espectadores, devem ser cocriadores, com espaço para questionar, propor e experimentar. Só assim se constrói uma cidade verdadeiramente inovadora."

Do lado da cultura, foi destacado o setor enquanto motor identitário, emocional e económico de Lisboa, antecipando-se a necessidade de "uma cidade com uma oferta cultural vibrante e presente para todos os cidadãos, coabitada artisticamente, onde espaços subutilizados possam ser catalisadores de expressão, encontro e pertença, cruzando a vertente cultural, educativa e de programação".

"É importante que se consolide o caminho que Lisboa tem vindo a fazer recentemente de afirmação como uma metrópole com equipamentos atualizados, instituições culturais ativas e com programação de primeira linha em artes plásticas, artes performativas, música, cinema, literatura, entre outros domínios", defende o movimento Juntar Lisboa!

Agora, a promessa é de continuar a promover "encontros, escuta ativa e produção de ideias concretas nos próximos meses, mantendo-se este como um espaço plural, independente e construtivo, disponível para dialogar com todos os que partilham o desejo de ver Lisboa mais justa, habitável, criativa e preparada para o futuro".