"Neste momento a única coisa que posso adiantar é que eu própria não me candidatarei ao lugar de secretária-geral porque tenho o foco na cidade de Lisboa e nas eleições autárquicas", adiantou Alexandra Leitão, em declarações à Lusa.

Na opinião da candidata do PS à Câmara de Lisboa, as eleições autárquicas são "fundamentais para o PS", e o partido "tem que ganhar e vai ganhar".

"E o meu foco agora é a minha candidatura à Câmara de Lisboa", insistiu.

Quanto a calendários e outros cenários internos do PS, Alexandra Leitão remeteu para a Comissão Nacional de sábado a sua posição.

"Para já vou reservar essa posição tendo em conta que alguns aspetos ainda não estão definidos, mas espero que até à Comissão Nacional ou fiquem definidos ou sejam definidos na Comissão Nacional", disse apenas.

A líder parlamentar do PS assumiu que os resultados do partido nas eleições legislativas de domingo "não foram bons, foram difíceis".

"Acho que em conjunto, enquanto partido, teremos que fazer essa reflexão. Acho que há órgãos próprios para o fazer e neste momento tenho as minhas opiniões e faço as minhas reflexões, mas neste momento também não queria antecipar mais", acrescentou.

Pedro Nuno Santos deixará de ser secretário-geral do PS já no sábado, após a Comissão Nacional, e será o presidente do partido, Carlos César, a assumir interinamente a liderança socialista, confirmou à Lusa fonte oficial partidária.

A Comissão Nacional do PS para aprovar o calendário eleitoral interno, depois do anúncio da demissão de Pedro Nuno Santos da liderança, foi convocada para sábado, em Lisboa, também para analisar os resultados das legislativas.

O PS alcançou o terceiro pior resultado da sua história em legislativas, ficando quase empatado com o Chega, o que levou o seu líder, Pedro Nuno Santos, a apresentar a demissão um ano e meio após a sua eleição.

Com este resultado, o PS surge quase empatado com o Chega e, em comparação com os mesmos resultados do ano passado, também sem a emigração, perdeu cerca de 365 mil votos num ano.

No discurso no qual assumiu a derrota, o líder do PS assumiu a responsabilidade do resultado, disse que deixa de ser secretário-geral se "puder ser já" e que não quer "ser um estorvo nas decisões" que o PS tem que tomar.

"Mas como disse Mário Soares, só é vencido quem desiste de lutar e eu não desistirei de lutar. Até breve. Obrigado a todos", enfatizou.

 

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