
Na tarde desta quinta-feira, 8 de agosto de 2025, os Bombeiros Voluntários de Resende foram acionados para a praia fluvial de Porto de Rei, no rio Douro, após um alerta de pré-afogamento. Cerca de 25 minutos depois, verificou-se que se tratava na verdade de duas vítimas. Um jovem de 24 anos foi retirado da água em estado grave e transportado para o Hospital de Lamego, enquanto um homem de 31 anos não resistiu e perdeu a vida no local.
As vítimas, residentes em Lisboa e de férias na região, encontravam-se a banhar-se quando um deles entrou em dificuldade e o amigo tentou salvá-lo. Ambos foram resgatados por banhistas — um com um barco, o outro com uma prancha — e receberam atendimento inicialmente da nadadora-salvadora e das equipas do INEM e os bombeiros.
A GNR esteve presente para lidar com a ocorrência. Segundo o Correio da Manhã, o primeiro alerta chegou às 15h25, e após confirmação das duas vítimas, reforçaram-se os meios de socorro.
De acordo com a Federação Portuguesa de Nadadores-Salvadores (FEPONS), verificaram-se 121 mortes por afogamento em Portugal continental em 2024, o que representa uma queda de 21,9% em relação às 155 mortes registadas em 2023. No entanto, persiste a necessidade de ação contínua: as principais vítimas são homens, especialmente nas faixas etárias entre os 55–59 anos (11,6%) e os 70–74 anos (8,3%). Dados apontam que os rios são o segundo local mais comum para afogamentos, representando 31,4% dos casos, atrás apenas do mar (41,3%).
Além disso, a maioria dos incidentes ocorre à tarde (44,6%) e em locais sem vigilância — 97,5% dos afogamentos aconteceram em zonas sem nadadores-salvadores. Destaca-se que apenas três das mortes ocorreram em áreas vigiadas durante a época balnear, evidenciando a eficácia da supervisão.
O relatório do Observatório do Afogamento da FEPONS identificou abril como o mês com mais casos (21,5%). O documento sublinha a importância de programas educativos como “SOS Afogamento”, “Nadador-Salvador Júnior” e outras iniciativas de segurança aquática em parceria com escolas, autarquias e entidades de saúde.
Até maio de 2025, já foram registadas 49 mortes por afogamento em Portugal continental — o terceiro valor mais alto desde 2017, apenas atrás dos mesmos períodos de 2024 (58 mortes) e 2022 (52 mortes).
Este ano, o número de praias com vigilância cresceu: existem agora 605 praias vigiadas em Portugal continental, mais 10 do que no ano anterior, entre um total de 740 praias oficialmente reconhecidas. No total, há 673 águas balneares identificadas, nove a mais do que em 2024.