
Olá, Sabia que as mulheres grávidas estão mais expostas às alterações climáticas?
Estar grávida tornou-se mais perigoso.
E não por causa de doenças ou falta de cuidados médicos. O risco está a aumentar devido às alterações climáticas.
Em várias partes do mundo, incluindo Portugal, as ondas de calor estão a agravar complicações durante a gravidez. As temperaturas extremas estão associadas a partos prematuros, bebés com baixo peso e, em casos mais graves, ao aumento da mortalidade materna.
A exposição prolongada ao calor sobrecarrega o corpo da grávida, provoca inflamações e afeta a placenta — essencial para o desenvolvimento do bebé. E quem vive em habitações mal isoladas, com poucos recursos ou em zonas sem resposta médica eficaz, está em maior risco.
Mas esta é também uma história de desigualdade.
A cientista climática Friederike Otto, cofundadora da iniciativa World Weather Attribution, afirma: quanto mais desigual for uma sociedade, piores são os efeitos das alterações climáticas.
Não são os fenómenos naturais que causam desastres. São as vulnerabilidades sociais que os tornam letais. As ondas de calor, por exemplo, não afetam da mesma forma quem tem acesso a ar condicionado e quem vive em condições precárias.
O problema é estrutural.
Segundo Otto, fenómenos como o sexismo, o racismo e as heranças do colonialismo contribuem para a crise climática. Sociedades patriarcais, onde as mulheres têm menos acesso a informação, financiamento ou poder de decisão, registam mais mortes e perdas sempre que ocorre um evento extremo.
Ignorar estas desigualdades torna impossível resolver a crise. A ciência mostra que, em todos os eventos climáticos extremos estudados, quem está mais vulnerável é quem mais sofre.
Em 2021, uma vaga de calor no noroeste dos Estados Unidos provocou mais de mil mortes. Um evento considerado praticamente impossível sem alterações climáticas. Com o aquecimento global, fenómenos assim já não são raros — podem repetir-se a cada cinco anos.
Em Portugal, especialistas alertam: é urgente adaptar o sistema de saúde e proteger os grupos mais vulneráveis, incluindo grávidas e bebés. Isso significa criar sistemas de aviso eficazes, melhorar a qualidade das habitações e investir na equidade social.
A crise climática não se resolve apenas com painéis solares ou carros elétricos. É preciso enfrentar o que está na base do problema: desigualdades profundas. Só assim será possível proteger verdadeiramente a vida humana — e o futuro de todos.
A crise climática é também uma crise de justiça. Proteger o planeta é proteger vidas.
Termino com um Conselho ambiental: para além dos atos individuais para que cada um reduza as suas emissões de gases de efeito de estufa, é também necessário lutar por uma sociedade mais justa, onde haja mais igualdade entre todos, sem olhar a sexo, etnia, religião ou nenhuma religião.
E lembre-se de ajudar a preservar o ambiente!