O Partido Socialista rejeitou o pedido do Chega para um debate urgente no Parlamento sobre os incêndios que têm devastado o território continental. O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, defendeu que não é momento para disputas políticas, sublinhando que a prioridade está no combate às chamas e na proteção da vida das populações.
“Não faremos ao doutor Luís Montenegro aquilo que ele fez ao Partido Socialista quando estava no Governo a propósito dos incêndios”, afirmou Carneiro, recordando críticas antigas do atual primeiro-ministro ao anterior executivo.
O líder socialista classificou a iniciativa do Chega como uma tentativa de aproveitamento indevido em pleno momento crítico, lembrando haver responsáveis políticos que “estiveram dez dias sem aparecer” e só agora exigem explicações.
José Luís Carneiro apontou ainda que o partido não vê como prioridade a demissão da ministra da Administração Interna, face ao apelo do PSD, defendendo que a avaliação política deve ser feita apenas após a fase mais crítica dos incêndios. Para o PS, essa análise passará pela criação de uma comissão técnica independente, que avaliará os resultados e proporá medidas de futuro.
“Não contribuiremos para enfraquecer a vontade nacional de combater os fogos e proteger vidas e património”, frisou, assegurando que o partido se manterá firme nesta posição na Conferência de Líderes.
O dirigente socialista aproveitou ainda para recordar que a tutela das florestas foi retirada do Ambiente e transferida para a Agricultura, aguardando também uma palavra do ministro José Manuel Fernandes sobre o tema.