
Segundo a nota de imprensa do Bloco de Esquerda de Viseu recebida na nossa redação, cujo texto passamos a transcrever:
” O Bloco de Esquerda apresenta-se às eleições autárquicas no concelho de Viseu para ser a voz de todos os que não se revêem no rumo seguido pelo atual executivo e para quem a vida do município não se decide na mudança de protagonista.
Este ano, o Bloco apresenta listas mais fortes e mais diversas do que em 2021: com mais pessoas, muito mais juventude e mais pluralidade. Continuamos empenhados na convergência com outros partidos de esquerda para a construção de um concelho mais vivo, participativo e democrático, abrindo as listas do BE a independentes e a eleitores de várias sensibilidades políticas de esquerda e do centro-esquerda. Não ignoramos o panorama político local, marcado por uma forte polarização em torno de quem será o próximo presidente da câmara. Sabemos como esta divisão empobrece o debate democrático e fragiliza a autonomia dos diferentes órgãos autárquicos.
Perante este cenário, assumimos uma escolha clara: reforçar o papel central da Assembleia Municipal e das Assembleias de Freguesia. É aí que a democracia local pode ser revitalizada, dando voz direta às populações e garantindo maior escrutínio das decisões do executivo. A Assembleia Municipal é o órgão deliberativo e fiscalizador da câmara, que pode assumir um papel de contra-poder do executivo, que com a atual hegemonia, se comporta de forma autocrática.
Apresentamo-nos onde já demonstrámos capacidade de fazer a diferença — mas onde a falta de transparência continua a ser regra. Em Viseu, a maioria não está aberta ao diálogo e mantém os órgãos opacos. Mesmo com a inclusão, em regimento, da transmissão online das Assembleias Municipais, esta nunca aconteceu. As reuniões continuam fechadas à maioria da população que não consegue dispensar um dia de semana da sua vida para participar presencialmente, deixando a informação do que acontece dentro de porta para as atas que só são divulgadas meses depois. Uma Assembleia Municipal onde há uma força política que deixou pura e simplesmente de aparecer, sem que maioria da população saiba – a deputada do Chega faltou a 10 de 19 sessões e nunca levou a votos uma única moção.
Na Assembleia Municipal, com apenas um mandato, o Bloco, o único partido de esquerda nesta legislatura, em confronto com uma maioria de direita sem ideias novas nem perspectivas de futuro, e com um partido do centro sem capacidade de oposição consequente, foi incisivo: apresentou propostas, moções, recomendações e questionou o executivo, mesmo perante as respostas evasivas e arrogantes de Fernando Ruas que manteve sempre uma postura sobranceira, como se a história política da cidade lhe pertencesse, como o próprio diz, como se fosse o pai disto tudo. Combatemos essa arrogância antidemocrática, por meio de um trabalho focado na apresentação de propostas viáveis e de soluções.
Quando o maior partido da oposição nada tinha a dizer, o Bloco esteve presente para levantar as questões que afetam a vida de quem vive em Viseu, como nas críticas ao novo PDM, argumentos que levaram o PS a mudar a sua posição de voto entre a reunião de Câmara e a reunião da Assembleia Municipal.
Propusemos a união de todas as bancadas em defesa dos serviços d pediatria e obstetrícia do hospital de Viseu, para que a voz dos viseenses fosse forte e unida. A resposta foi o silêncio dos restantes partidos e o boicote da Mesa da Assembleia.
Na Assembleia de Freguesia de Viseu levámos desde as preocupações mais próximas dos bairros até aos grandes desafios globais. Nenhuma questão ficou por levantar. O mandato do Bloco foi a forma de muita gente comunicar com a freguesia, num esforço de levar cada questão da freguesia às sessões da Assembleia.
É por isso que, coerentes com o nosso compromisso democrático, apresentamos uma lista à Assembleia Municipal, com 54 elementos , o máximo permitido,entre efectivos e suplentes, juntamente com candidaturas a cinco Assembleias de Freguesia: Viseu, Rio de Loba, Abraveses, União de Freguesias de Repeses e São Salvador, e São João de Lourosa.
Sabemos que este é um caminho exigente, mas vamos percorrê-lo com determinação: para valorizar as Assembleias Municipais e de Freguesia, abrir espaço à participação popular, lutar pela transparência e defender o compromisso com a comunidade.
Vamos a isso!
Comissão Coordenadora Distrital de Viseu do Bloco de Esquerda”