Portugal continental entrou esta segunda-feira em situação de alerta devido ao elevado risco de incêndio nos próximos dias, com 90 fogos ativos a mobilizar, pelas 14h30, mais de 1.980 operacionais, apoiados por 616 meios terrestres e 22 meios aéreos, segundo dados da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

O distrito de Vila Real concentra algumas das situações mais preocupantes, com três ocorrências significativas nos concelhos de Pena, Quintã, Vila Cova, São Cibrão e Torgueda. Em Vila Cova, onde as chamas ameaçaram habitações, os moradores das casas mais próximas foram aconselhados a dirigir-se para o centro da aldeia.

O incêndio de São Cibrão, que teve início no sábado e se alastrou a Sabrosa, continua ativo, embora com o perímetro já consolidado e sem chama visível. “Há pontos quentes, mas não temos fogo ativo”, garantiu José Requeijo, segundo comandante sub-regional do Douro, durante um ponto de situação.

No Douro, as operações de combate mobilizam 288 operacionais e 98 veículos em São Cibrão, enquanto em Torgueda estão destacados 85 operacionais, 25 veículos e um meio aéreo.

No Parque Nacional da Peneda-Gerês, o incêndio de Ponte da Barca, que durante nove dias consumiu mais de seis mil hectares, foi dado como dominado esta manhã, pelas 10h45. Contudo, as autoridades mantêm 530 operacionais no terreno devido à possibilidade de reativações, sobretudo em áreas de difícil acesso. “Corremos o risco de, a todo o momento, ter uma reativação”, alertou Elísio Oliveira, comandante da Proteção Civil.

Outro fogo relevante, o de Arouca, no distrito de Aveiro, que também afetou Castelo de Paiva e Cinfães, foi dominado na passada sexta-feira, mas continua em fase de conclusão com mais de 80 operacionais no terreno.

Desde o início da semana passada, as regiões Norte, Centro e Alentejo têm sido severamente afetadas por incêndios rurais, com várias aldeias evacuadas por precaução. Três bombeiros ficaram feridos sem gravidade em Sabrosa e foram registadas assistências a civis noutros locais, também sem gravidade.

Segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), todos os concelhos dos distritos de Bragança, Viseu e Castelo Branco estão hoje sob risco máximo de incêndio. A situação é semelhante em grande parte dos distritos de Vila Real, Braga, Porto, Santarém e Faro, além de cinco concelhos do distrito de Portalegre.

A ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, anunciou no sábado a declaração de situação de alerta para todo o território continental, em vigor até quinta-feira. “Face ao agravamento das previsões meteorológicas que apontam um risco significativo de incêndio rural, o Governo decidiu declarar situação de alerta em todo o território continental”, afirmou.