A situação humanitária em Gaza atingiu um novo ponto crítico após a Organização das Nações Unidas acusar publicamente o exército israelita de ser responsável pela morte de mais de mil palestinianos durante tentativas de acesso a alimentos desde o final de maio. Segundo dados divulgados esta quarta-feira, a violência intensificou-se depois de Israel ter imposto um bloqueio severo à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, agravando a já dramática escassez de bens essenciais nesta região devastada pela guerra.

Face ao bloqueio, a Fundação Humanitária de Gaza (GHF) promove a distribuição de caixas de alimentos, procurando responder ao desespero de milhares de famílias privadas dos recursos básicos de sobrevivência. Contudo, cada uma destas operações é marcada por episódios de grande tensão e, frequentemente, por ataques militares israelitas. Relatos de campo dão conta de uma população exausta, forçada a arriscar a vida para tentar garantir alimento para os seus familiares.

A ONU, no seu comunicado, sustenta que as informações recolhidas provêm de fontes múltiplas e fiáveis, incluindo equipas médicas, organizações humanitárias e entidades de direitos humanos que operam no terreno. Estas estruturas confirmam o agravamento das condições de vida em Gaza e descrevem um cenário de medo constante, onde centenas de pessoas se concentram nos pontos de distribuição de alimentos, enfrentando ataques armados, apenas para conseguir sobreviver mais um dia.

Esta nova denúncia pública da ONU vem acentuar a pressão internacional sobre Israel, numa altura em que crescem as críticas à resposta militar israelita e à gestão da crise humanitária em Gaza. As autoridades israelitas, até ao momento, não reagiram a estas acusações, mas o caso promete agravar o debate internacional sobre a conduta das forças militares em zonas de conflito.

A tragédia relatada pela ONU sublinha o impacto devastador do conflito na população civil palestiniana e volta a colocar em foco a urgência de uma resposta internacional eficaz para garantir o acesso a ajuda humanitária e proteger os direitos humanos em Gaza.