
A tecnológica Nvidia, última das chamadas “magníficas sete” a apresentar resultados relativos ao segundo trimestre, foi o centro das atenções dos mercados financeiros esta quarta-feira, influenciando tanto o desempenho em Wall Street como nas principais praças europeias.
Em Lisboa, o PSI recuou 0,36% para 7.816,16 pontos, com 12 das 15 cotadas em queda. Apenas EDP (+0,78%), EDP Renováveis (+0,29%) e REN (+0,17%) escaparam à tendência negativa. Entre as maiores perdas estiveram a Altri (-1,95%) e a Mota-Engil (-1,73%). Também a Navigator (-1,31%), a Corticeira Amorim (-1,30%), a Semapa (-1,11%), os CTT (-1,07%) e a Sonae (-1,07%) fecharam em terreno negativo. O BCP acompanhou a banca europeia e caiu 0,83%, para 0,7382 euros.
Segundo analistas do Millennium Investment Banking, “o setor bancário foi penalizado pela incerteza política em França e por notas sobre uma possível extensão, em Itália, da lei que limita a utilização de créditos fiscais”.
Na Europa, as bolsas encerraram mistas. Londres caiu 0,11%, o CAC 40 de Paris subiu 0,44%, o DAX alemão perdeu 0,44%, o FTSE MIB italiano recuou 0,72% e o IBEX espanhol deslizou 0,65%.
A espera estava centrada na Nvidia, vista como barómetro da tecnologia e da inteligência artificial. A empresa anunciou um lucro líquido de 26,4 mil milhões de euros, traduzindo uma subida de 59% em termos anuais e de 41% face ao trimestre anterior. A receita líquida alcançou 46,7 mil milhões de dólares, acima das estimativas de mercado.
O segmento de data centers, motor do crescimento da Nvidia, gerou 41,1 mil milhões de dólares, mais 56% do que no ano anterior, ainda que ligeiramente abaixo do esperado. Para o terceiro trimestre, a tecnológica projeta receitas próximas de 54 mil milhões de dólares, excluindo as vendas dos processadores H20 para a China.
Apesar dos números, as ações da Nvidia caíram cerca de 2% no after-market, sinal de prudência dos investidores.
Para a UBS Global Wealth Management, a aposta nas grandes tecnológicas mantém-se atrativa:
“A computação baseada em inteligência artificial é um motor-chave de crescimento. A automação impulsionada pela IA oferece potencial de expansão significativo”, afirmou Mark Haefele, Chief Investment Officer da instituição.
Enquanto isso, os Estados Unidos anunciaram tarifas adicionais de 25% sobre produtos indianos, justificando a medida como retaliação às importações de petróleo bruto russo por parte da Índia.