A região centro de Portugal continua a ser severamente atingida por incêndios florestais de grandes dimensões, com ocorrências ativas em Trancoso, Tabuaço, Sátão e Seia, que têm alastrado a concelhos vizinhos. As condições meteorológicas adversas — temperaturas elevadas, vento intenso e humidade muito baixa — estão a dificultar o combate às chamas, levando o Governo a prolongar a situação de alerta até sexta-feira.

Em Trancoso, no distrito da Guarda, o incêndio é considerado um dos mais graves e já consumiu mais de 8 000 hectares de floresta e área agrícola. As chamas avançaram para diversas localidades e afetaram também concelhos vizinhos, incluindo Fornos de Algodres, além de freguesias como Freches, Fuínhas, Forno de Telheiro, Palhais e Reboleiro. No terreno, encontram-se mais de 600 operacionais, apoiados por cerca de 200 viaturas e quatro meios aéreos.

No concelho de Tabuaço, distrito de Viseu, o fogo mantém-se ativo, com várias frentes em zonas de declive acentuado que dificultam o acesso das equipas. A União de Freguesias de Távora e Pereiro é uma das mais afetadas, e há registo de avanço para áreas próximas da fronteira concelhia, colocando em risco terrenos e habitações de municípios limítrofes. O combate envolve atualmente cerca de 291 operacionais e 94 meios terrestres.

Em Sátão, também no distrito de Viseu, o incêndio mantém-se ativo e integra a lista das ocorrências mais preocupantes. As chamas já se aproximaram de áreas próximas de concelhos vizinhos, ameaçando zonas agrícolas e florestais. No combate estão mais de 100 operacionais e cerca de 33 meios terrestres.

O concelho de Seia, no distrito da Guarda, enfrenta igualmente um incêndio de grandes proporções, que se propaga por extensa área florestal e já se aproximou de zonas limítrofes, levantando preocupações sobre a segurança de populações vizinhas. O relevo montanhoso e a vegetação densa tornam a operação particularmente difícil. Mais de 200 operacionais, cerca de 70 viaturas e três meios aéreos estão mobilizados.

No total, as quatro ocorrências somam mais de 1 200 operacionais e quase 400 meios terrestres, além de vários meios aéreos. Em todo o país, entre 1 871 e 1 900 bombeiros combatem as cinco situações mais graves, apoiados por 585 viaturas e 25 meios aéreos. As autoridades reforçam o apelo à prevenção, pedindo à população que evite comportamentos de risco que possam originar novos focos de incêndio.