O candidato presidencial Henrique Gouveia e Melo criticou hoje a organização da Proteção Civil, durante uma visita à Feira de São Mateus, no distrito de Viseu, reclamando uma abordagem baseada em “comando e controlo” eficaz e menos burocrática.

Segundo o almirante na reserva, estruturas demasiado complexas e com múltiplas entidades envolvidas comprometem a resposta em situações de crise: “Quando são demasiado complexas, não fluem… e, quando não funcionam, acontece o que estamos a ver hoje todos nós portugueses.”

Gouveia e Melo aproveitou o momento para defender a necessidade de uma política florestal de médio e longo prazo, e não apenas medidas pontuais ou reativas: “Não podem ser só ações de curto prazo… mas ações verdadeiramente de médio e longo prazo que vão ajudar a resolver o problema.”

O candidato estruturou a sua proposta em três pilares fundamentais:

  1. Criar uma economia sustentável para a floresta, tornando-a rentável.

  2. Valorizar o interior, dando nova importância às regiões mais rurais.

  3. Reforçar a prevenção e a reação aos incêndios, com persistência nas ações.

Gouveia e Melo alertou ainda para os ciclos de complacência que se seguem a intervenções pontuais, explicando que, após períodos de “acalmia”, surge frequentemente um novo cataclismo alimentado pelas alterações climáticas: “Cinco ou seis anos de acalmia e depois vem o cataclismo.”

Reconheceu, contudo, que a governação tem tentado responder: “A primeira coisa já foi feita, que foi corrigir a atitude”, referindo-se ao regresso ao trabalho do primeiro-ministro, Luís Montenegro. Ainda assim, defendeu que não basta conter o momento mediático — é preciso garantir a continuidade das ações.