Elisabete, Nuno e o pequeno Duarte, de apenas cinco anos, ficaram desalojados na sequência do incêndio que devastou, por completo, Vila Pouca da Beira. A casa onde moram acabou por ser engolida pelo fogo.

As chamas destruíram sobretudo a zona do sótão, que era uma área habitacional, mas em virtude das altas temperaturas e da água usada para tentar combater o fogo, toda a estrutura da habitação ficou danificada, assim como o seu recheio. O calor intenso danificou as paredes interiores, móveis, eletrodomésticos e outros bens. Na parte superior da casa, as labaredas destruíram todas as roupas e pertences de Duarte.

“Isto vinha para nos matar, foi medonho”, contou à Rádio Boa Nova Carlos Alberto. A relatar o grande momento de aflição que viveram, o pai de Elisabete e avô de Duarte diz que este fogo “veio mais furioso do que o de 2017”. “Se os bombeiros não fazem ali a manobra do carro ficávamos aqui todos”, afirmou, enquanto caíam lágrimas pelo rosto ainda com grande sinais de cansaço.

Segundo Carlos, perante a dimensão e do som das chamas que “parecia um tremor de terra, nada valeu as bombas do tanque estarem a trabalhar”.

Perante a impotência sentida em tentar combater o fogo, a família colocou-se em fuga. Mas o genro de Carlos ficou para trás. Nuno, o pai de Duarte “enfiou-se na piscina” e foi o que o salvou. “Não sabíamos dele”, adianta Carlos que temeu o pior.

Família e amigos lançaram no imediato uma campanha solidária na plataforma GoFundMe. O objetivo é alcançar 50 mil euros, “montante necessário para recuperar a habitação e repor o essencial para que possam retomar a vida com normalidade”, refere quem organizou, acrescentando que é uma forma de “devolver-lhes um lar digno e seguro”.