
Uma das frentes do incêndio de Arganil que avançou, na quarta-feira, para Oliveira do Hospital, levou ao desespero o presidente do município oliveirense, que às 18h30 afirmava à Agência Lusa que estava “o caos” instalado, faltando bombeiros nas aldeias e meios aéreos. Mais tarde, pouco depois das 20h, em direto para a SIC, foi visível o estado de espírito do autarca.
Numa declaração emotiva e bastante irritada à agência Lusa, pelas 18:30 de hoje, Francisco Rolo disse que “está o caos” instalado na freguesia de Alvoco das Várzeas e que o incêndio “está na iminência de atravessar o rio Alvoco”, o que, a suceder, faz entrar as chamas na zona urbana da sede de freguesia. “Isto era aquilo que temíamos e temos estado toda a tarde a a avisar. Acho que algo está a falhar para termos chegado a este ponto. Basta o fogo passar para a outra vertente e fica descontrolado. Estamos a avisar sobre isto toda a tarde, sobre esta m**** — e está a acontecer”, alertou ao canal de televisão.
“[O incêndio] pode sair da zona de montanha e entrar noutra fase do concelho; está a repetir-se 2017. E não há um avião, não há meio aéreo, não há nada, estamos aqui no meio do caos, com casas em perigo, com animais em perigo, com pessoas em pânico, com crianças fechadas dentro de casa e ninguém faz nada”, avisou o autarca.
Francisco Rolo disse que, duas horas antes, havia meios junto às localidades de Quinta das Tapadas e Parente, na margem esquerda do rio Alvoco, e que a situação estaria estabilizada, e “de repente, desapareceram os meios”. “Estamos fartos de pedir meios aéreos e não vêm, está aqui o caos”, reafirmou.
“Estão a chamas a lavrar livremente”, afirmou sobre a situação em Parente e na Quinta da Tapada
“O fogo está à beira do rio Alvoco e, se atravessa para o outro lado, atravessa para o núcleo urbano”, insistiu o presidente do município, acrescentando que “não há aqui meios. Depois de dias de planeamento e trabalho, isto é inaceitável. Andamos aqui a apagar com os pés e com ramos. Estou farto de pedir ajuda, estamos aqui sozinhos, não há um carro de fogo na aldeia do Parente, na Quinta da Tapada não há ninguém, estão as chamas a lavrar livremente”.
O incêndio, que eclodiu pelas 05:00 de quarta-feira na freguesia do Piódão, em Arganil, possui várias frentes ativas, estando a lavrar naquele município do interior do distrito de Coimbra e nos concelhos vizinhos de Oliveira do Hospital e Pampilhosa da Serra.
Pelas 18:50, segundo de acordo com a página de internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, o incêndio de Arganil estava a ser combatido por 817 operacionais, apoiados por 276 viaturas e três meios aéreos.
- com Lusa e SIC