A deputada federal Carla Zambelli, aliada do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi detida esta terça-feira em Itália, quase dois meses depois de ter fugido do Brasil para evitar o cumprimento de uma pena de prisão. A informação foi confirmada pela Polícia Federal brasileira à cúpula do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

Em junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu um pedido de extradição, após o ministro Alexandre de Moraes ter decretado a prisão definitiva da parlamentar, que deverá cumprir pena em regime fechado. O magistrado determinou ainda a perda do mandato e comprometeu-se, no pedido, a não submeter a detida a condições degradantes no Brasil.

Condenada por ciberataque e incluída na lista da Interpol

Zambelli foi condenada em maio a dez anos de prisão por envolvimento num ciberataque ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Desde então, encontrava-se foragida e foi colocada na lista vermelha da Interpol.

A sua localização em território italiano resultou de uma denúncia anónima. A Justiça italiana tem agora 48 horas para decidir se mantém a deputada sob custódia, enquanto avalia os termos do pedido de extradição com base nos tratados bilaterais.

Consequências política

Além das implicações criminais, a detenção de Zambelli poderá ter desdobramentos políticos imediatos. A Câmara dos Deputados no Brasil deverá deliberar sobre a perda do mandato da parlamentar.

O presidente da Câmara, Hugo Motta, comentou o caso nas redes sociais: “Tomei conhecimento da prisão da deputada Carla Zambelli pela imprensa. Consultei o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que nos repassou informações preliminares”.

O caso reacende o debate sobre os limites da imunidade parlamentar e reforça o alcance da cooperação internacional em matérias de justiça criminal.